quarta-feira, 24 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Momentos distantes.
Tudo mudou e eu nem percebi, minha família cresceu e diminuiu ao mesmo tempo.
Nasce gente todos os anos, mas nunca serão tão próximos de mim quanto os que se foram. E os que foram para sempre, ainda parecem aqui estar dentro de mim em cada pensamento, ao mesmo que tempo parecem nunca terem existido.
Há seres que parecem bons demais para um dia terem sido reais.
Aqueles que se foram com as mudanças da vida, ou porque mudaram geograficamente,
ou mudaram tanto que mesmo que eu queira e tente nunca mais serão aqueles que dividíamos tantas coisas.
Pode ser que fui eu quem mudei tanto que nunca mais poderei dividir nada com eles, embora divida sem querer a lembrança dos bons momentos vividos.
Tem também uns que simplesmente desaparecem, enterrados pelo desaparecimento, não sei estão vivos ou mortos e nem sei se por acaso ainda lembram de mim.
Os anos passam tão rapidamente e a gente pensa que sabe para onde vai, na verdade é que nem se sabe se vai, quando vemos já não tem volta.
As pessoas mudam, mudam as coisas, as coisas mudam a vida, que passa e nos deixa passado.
Pareço mergulhada numa realidade que tanto desejei, tanto procurei, por qual tanto lutei
que nem percebo se sou exatamente como imaginava que seria quando tivesse isto tudo
não me lembro como me imaginava. Só sei que nesta realidade as coisas não são tão claras como penso que esperava, mas não imaginava que tantas pessoas ficariam pelo caminho espalhadas como coisas.
E de repente não sei se tudo mudou e eu mudei junto, ou se fui eu quem mudei as coisas.
Não tem muita explicação essa vida mesmo, sabemos que não vale a pena a angustia, mas vivemos angustiados.
Só sei que procuro em mim um pouco de antes, e antes procurava em mim essa que sou agora.
Me descobri míope, mas só acreditei no diagnóstico quando coloquei os óculos e vi que as coisas não estavam assim tão distantes.
Acho que sempre fui míope, não dos olhos, da vida!
Nunca enxerguei muito o distante, sempre achei que viver hoje e a prioridade maior. Viver com paixão ou com dor, mas acima de tudo, em tudo colocar amor.
O fato é que assim como não se pode prever o amanhã também não sabemos se estamos dando prioridade ao que é correto. E as vezes parece tudo embaralhado, embaçado e sem cor, e não adianta colocar os óculos, tem coisa não fica nítida assim tão fácil.
E existem distancias que só aumentam, não aquelas que os aviões nos trazem em poucas horas.
Existem lugares que nunca poderemos voltar, e pessoas que nunca poderão nos alcançar.
Ainda tem momentos e pessoas que são vivas apenas em meus pensamentos, assim como eu deixei pedaços despregar de mim enquanto vivi, e vivo a repetir os mesmos passos, pois assim que é viver e assim me refaço.
SA
Nasce gente todos os anos, mas nunca serão tão próximos de mim quanto os que se foram. E os que foram para sempre, ainda parecem aqui estar dentro de mim em cada pensamento, ao mesmo que tempo parecem nunca terem existido.
Há seres que parecem bons demais para um dia terem sido reais.
Aqueles que se foram com as mudanças da vida, ou porque mudaram geograficamente,
ou mudaram tanto que mesmo que eu queira e tente nunca mais serão aqueles que dividíamos tantas coisas.
Pode ser que fui eu quem mudei tanto que nunca mais poderei dividir nada com eles, embora divida sem querer a lembrança dos bons momentos vividos.
Tem também uns que simplesmente desaparecem, enterrados pelo desaparecimento, não sei estão vivos ou mortos e nem sei se por acaso ainda lembram de mim.
Os anos passam tão rapidamente e a gente pensa que sabe para onde vai, na verdade é que nem se sabe se vai, quando vemos já não tem volta.
As pessoas mudam, mudam as coisas, as coisas mudam a vida, que passa e nos deixa passado.
Pareço mergulhada numa realidade que tanto desejei, tanto procurei, por qual tanto lutei
que nem percebo se sou exatamente como imaginava que seria quando tivesse isto tudo
não me lembro como me imaginava. Só sei que nesta realidade as coisas não são tão claras como penso que esperava, mas não imaginava que tantas pessoas ficariam pelo caminho espalhadas como coisas.
E de repente não sei se tudo mudou e eu mudei junto, ou se fui eu quem mudei as coisas.
Não tem muita explicação essa vida mesmo, sabemos que não vale a pena a angustia, mas vivemos angustiados.
Só sei que procuro em mim um pouco de antes, e antes procurava em mim essa que sou agora.
Me descobri míope, mas só acreditei no diagnóstico quando coloquei os óculos e vi que as coisas não estavam assim tão distantes.
Acho que sempre fui míope, não dos olhos, da vida!
Nunca enxerguei muito o distante, sempre achei que viver hoje e a prioridade maior. Viver com paixão ou com dor, mas acima de tudo, em tudo colocar amor.
O fato é que assim como não se pode prever o amanhã também não sabemos se estamos dando prioridade ao que é correto. E as vezes parece tudo embaralhado, embaçado e sem cor, e não adianta colocar os óculos, tem coisa não fica nítida assim tão fácil.
E existem distancias que só aumentam, não aquelas que os aviões nos trazem em poucas horas.
Existem lugares que nunca poderemos voltar, e pessoas que nunca poderão nos alcançar.
Ainda tem momentos e pessoas que são vivas apenas em meus pensamentos, assim como eu deixei pedaços despregar de mim enquanto vivi, e vivo a repetir os mesmos passos, pois assim que é viver e assim me refaço.
SA
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Afinidade!
...quando basta um olhar e mil palavras ficam ao ar,
basta um abraço para toda a dor curar
todos falam e ninguém e capaz de explicar...
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
(Ex)tensa.
no reflexo intenso de ser eu
entristeci no complexo extenso de mim
me perdi bem além de onde vim
mas eis que estou aqui
e ali
e vou assim
com todas essas reflexões nada exatas
nestas complicações insensatas
neste ata e desata
de ser mulher
de ser humana
de ser alguém
embriagada deste ser
que nunca abandona
que sempre questiona
nunca dorme profundamente
mas sonha intensamente
SA
entristeci no complexo extenso de mim
me perdi bem além de onde vim
mas eis que estou aqui
e ali
e vou assim
com todas essas reflexões nada exatas
nestas complicações insensatas
neste ata e desata
de ser mulher
de ser humana
de ser alguém
embriagada deste ser
que nunca abandona
que sempre questiona
nunca dorme profundamente
mas sonha intensamente
SA
domingo, 24 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Refletidos
portas abertas, uma vontade de ver o mundo
milhares de sementes de ideias, mas não as sabia dizer
erros remendados, acertos pré moldados
os sons das palavras não ditas
as letras das canções não escritas
as fugas pouco planeadas
por fora da mala a palavra medo
por dentro ousadia
a vitória de mover a própria vida
e como companheiro o menino
aqueles olhos castanhos como outros quaisquer
mas com um brilho nem visto nas estrelas do céu
certeza lúdica sobre o amanhã
as portas batiam com força toda vez que por elas passavam
muitas portas abriam-se, algumas sem nenhum esforço
mais a frente quando a grande porta espelhada encontraram
ao ver-se diferentes, envelhecidos e um pouco cansados
refletidos os dois nos olhos castanhos um do outro,
no espelhado da porta a reflexão de toda um história
e a incerteza de quem seria a tarefa de abrir a última porta primeiro...
SA
milhares de sementes de ideias, mas não as sabia dizer
erros remendados, acertos pré moldados
os sons das palavras não ditas
as letras das canções não escritas
as fugas pouco planeadas
por fora da mala a palavra medo
por dentro ousadia
a vitória de mover a própria vida
e como companheiro o menino
aqueles olhos castanhos como outros quaisquer
mas com um brilho nem visto nas estrelas do céu
certeza lúdica sobre o amanhã
as portas batiam com força toda vez que por elas passavam
muitas portas abriam-se, algumas sem nenhum esforço
mais a frente quando a grande porta espelhada encontraram
ao ver-se diferentes, envelhecidos e um pouco cansados
refletidos os dois nos olhos castanhos um do outro,
no espelhado da porta a reflexão de toda um história
e a incerteza de quem seria a tarefa de abrir a última porta primeiro...
SA
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O Eterno Fim.
Será que a vida é só isso?
Que o destino, no fim, é omisso?
Que toda porta indicando "saída"
Que toda porta indicando "saída"
Só leva a outra corrida?
Será que eu já cheguei
Naquele lugar encantado?
Aquele por qual lutei
Enquanto sonhava acordado?
Se cheguei não era assim
O fim que queria pra mim
Pois quando do fim estou pertinho
Pois quando do fim estou pertinho
Só encontro outro caminho
Quero um fim só meu
Quero escolher meu enfado
Lançar-me em luz sobre o breu
Achar-me enfim d'outro lado
Marcos Falcão
sábado, 2 de outubro de 2010
(Sub) Consciência
"As vezes tenho a impressão de que a minha vida é um sonho e o meu o sonho é a minha vida.
Espera, eu não vivo de ilusão e nem sonho acordada, apenas acontece uma confusão danada na minha cabeça e as coisas que acontecem ao meu redor, não comigo, parecem tão fora de nexo que a qualquer momento vou acordar e nada daquilo não passa de sonho.
E o sonho real, quer dizer aquele de olhos fechados e mente em descanso, bom neste é que as coisas acontecem e tudo toma a forma que desejo, ou penso que desejo, mas tomam formas e sentidos quase reais, que quando acordo sinto o cansaço da jornada inacabada.
Desisti de entender, aqui ou lá, sinto cheiros e desejos reais e imagino coisas surreais. Então fico sempre com a sensação de que tanto posso acordar para dormir, como dormir para acordar!" SA
Espera, eu não vivo de ilusão e nem sonho acordada, apenas acontece uma confusão danada na minha cabeça e as coisas que acontecem ao meu redor, não comigo, parecem tão fora de nexo que a qualquer momento vou acordar e nada daquilo não passa de sonho.
E o sonho real, quer dizer aquele de olhos fechados e mente em descanso, bom neste é que as coisas acontecem e tudo toma a forma que desejo, ou penso que desejo, mas tomam formas e sentidos quase reais, que quando acordo sinto o cansaço da jornada inacabada.
Desisti de entender, aqui ou lá, sinto cheiros e desejos reais e imagino coisas surreais. Então fico sempre com a sensação de que tanto posso acordar para dormir, como dormir para acordar!" SA
sábado, 18 de setembro de 2010
Conjunto
...nesta manhã que o sol brilha suave
percebi que há muito tempo me perdi de mim
e me encontrei num novo lado de ser eu
a parte boa é que você sempre cabe em todos os espaços
você preenche todos os detalhes opacos
minha mão direita fica livre
a esquerda está agarrada a ti
ontem eu quase caí,
mas você nunca iria permitir
por isso cada vez que fujo de mim
na verdade vou de encontro a ti
e agarro nas partes espalhadas de mim
atirando todas a ti e acabamos "apenas" juntos
nem totalmente bons
nem totalmente ruins
apenas pedaços de histórias
unidos num conjunto de memórias vivas... SA
percebi que há muito tempo me perdi de mim
e me encontrei num novo lado de ser eu
a parte boa é que você sempre cabe em todos os espaços
você preenche todos os detalhes opacos
minha mão direita fica livre
a esquerda está agarrada a ti
ontem eu quase caí,
mas você nunca iria permitir
por isso cada vez que fujo de mim
na verdade vou de encontro a ti
e agarro nas partes espalhadas de mim
atirando todas a ti e acabamos "apenas" juntos
nem totalmente bons
nem totalmente ruins
apenas pedaços de histórias
unidos num conjunto de memórias vivas... SA
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
(Des) Propósito!!
"Se eu escrevesse aqui um pouco mais sobre a realidade social do mundo, e tudo que isto implica em mim ou nos outros, estaria eu a expor uma ideia própria que para uns pareceria ativismo e para outros falta de percepção. Minhas ideias a respeito do sistema, do mundo e de quem o habita é muito direta e franca, pode atordoar mesmo que falada em voz baixa, mas prefiro me calar porque muito ajuda quem não tenta atrapalhar. Sendo este apenas um canto despropositado e sereno, se eu colocasse posição política, religiosa, ou qualquer coisa de gênero social, deixaria este de ser meu refúgio, minha essência abstrata, passaria então a ser um fórum de debate, mais um deles, onde soluções quase nunca existem e discussões insistem. Já me basta um mundo real, dolorido e mentiroso, por aqui posso criar meu mundo, e apagá-lo assim que desejar. Mas enquanto eu tiver palavras leves e suaves vou tatuar minha página neste processo reversível, vou timbrar detalhes pessoais que tanto gosto de manter abertos, subentendidos, por decisão própria, e quem não gostar esteja livre para sair da mesma maneira que entrou...já quem quiser ficar jogue todas as sementes, sem garantia que germine qualquer tipo, pois aqui só o que floresce é o amor!!!" SA
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Desconhecida(mente)
esta que habita por vezes se cansa daquela que vive
são tantas das outras dentro desta
esta que gira, a fazer ciranda
gira e cresce, quase cai e padece
e esta que não usa mas sente
sente a dor de existir
de ser extinta a cada segundo
e leva consigo o melhor de um mundo
ideal, sonhado e desenhado na mente
um mundo possível no inconsciente
só lá no fundo desta
que nenhuma fresta de humano
consegue dominar o animal
porque o selvagem é espontâneo
é necessário, mas não sociável
e o não sociável se esconde
num canto que quase ninguém pode ver
por medo de querer
e não ter forças para assim ser
e esta que se apercebeu que não se vive a vida
morre-se cada segundo um pouco
e cada pouco torna-se gigante
quase que não cabe no mundo imaginário
quem dirá neste minúsculo mundo de ter e poder...
SA
são tantas das outras dentro desta
esta que gira, a fazer ciranda
gira e cresce, quase cai e padece
e esta que não usa mas sente
sente a dor de existir
de ser extinta a cada segundo
e leva consigo o melhor de um mundo
ideal, sonhado e desenhado na mente
um mundo possível no inconsciente
só lá no fundo desta
que nenhuma fresta de humano
consegue dominar o animal
porque o selvagem é espontâneo
é necessário, mas não sociável
e o não sociável se esconde
num canto que quase ninguém pode ver
por medo de querer
e não ter forças para assim ser
e esta que se apercebeu que não se vive a vida
morre-se cada segundo um pouco
e cada pouco torna-se gigante
quase que não cabe no mundo imaginário
quem dirá neste minúsculo mundo de ter e poder...
SA
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Navegar Solitário
"As pessoas queridas nunca morrem para nós, apenas navegam para longe, podemos reconhecê-las num cheiro, numa carta, num barco a navegar solitário, e tudo que nos fizer lembrar delas se torna insuportável(mente) intocável, tanto quanto saciante...temos que nos habituar aos poucos, quando as pessoas partem nos deixam uma saudade dolorosa do que éramos quando as tínhamos por perto...o pior de perder alguém é saber que nenhuma das lembranças se materializará, cada vez mais parecerá um sonho daqueles que nunca se realizará, mas do qual não cansamos de sonhar." SA
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Florescer
mais do que ter uma cadeira de balanço, quero nela poder balançar
mais do que sentir sono, quero dormir e ter o poder de sonhar
mais do que ter desejo, quero saciar e mais tarde voltar a desejar
e se este querer começa a acabar me preocupo em me reecontrar
estou viva nos meus desejos, estou viva no meu querer mais
a semente da vida é plantada no momento que planeamos algo que nos alegra o coração
e floresce sempre que descobrimos mais detalhes para este plano
há plantas que secam e renascem numa outra estação
outras são substituídas por novas ilusões
é simples assim: terra fértil e semente saudável, apesar dos desafios do tempo, com um pouco de esforço nascem flores coloridas e diversos aromas!
SA
mais do que sentir sono, quero dormir e ter o poder de sonhar
mais do que ter desejo, quero saciar e mais tarde voltar a desejar
e se este querer começa a acabar me preocupo em me reecontrar
estou viva nos meus desejos, estou viva no meu querer mais
a semente da vida é plantada no momento que planeamos algo que nos alegra o coração
e floresce sempre que descobrimos mais detalhes para este plano
há plantas que secam e renascem numa outra estação
outras são substituídas por novas ilusões
é simples assim: terra fértil e semente saudável, apesar dos desafios do tempo, com um pouco de esforço nascem flores coloridas e diversos aromas!
SA
terça-feira, 7 de setembro de 2010
A (cor) do coração...
meu coração teria que ser elástico
para caber tudo que já tenho
e tudo que ainda caço
meu coração tem que ter mais espaço
para caber tudo que ganho
e as lembranças daquilo que mato
meu coração tem que ser mais sabido
não abrigar aqueles que brigam comigo
meu coração tem ser mais malandro
antes que lhe provoquem algum dano
meu coração tem que ser mais tranquilo
aconteça o que acontecer
tem outro coração que caminha comigo
meu coração que voa ligeiro
leva contigo este amor verdadeiro
dois corações, um mundo inteiro
e o amor como paradeiro.
SA
para caber tudo que já tenho
e tudo que ainda caço
meu coração tem que ter mais espaço
para caber tudo que ganho
e as lembranças daquilo que mato
meu coração tem que ser mais sabido
não abrigar aqueles que brigam comigo
meu coração tem ser mais malandro
antes que lhe provoquem algum dano
meu coração tem que ser mais tranquilo
aconteça o que acontecer
tem outro coração que caminha comigo
meu coração que voa ligeiro
leva contigo este amor verdadeiro
dois corações, um mundo inteiro
e o amor como paradeiro.
SA
sábado, 4 de setembro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Amando!
talvez não saiba nada de amor
o amor pode ser algo que não existe
ou algo com muita cor
andam por aí a estudar o amor
estudem e fiquem mestres no que for
mas o amor não está escrito
nem filmado e nem cantado
está aí por todo lado
para poucos namorados
eu, que pouco sei da vida,
talvez nem sei do amor
o amor é que sabe de mim
do começo ao fim
no pouco que fui aprendendo na vida
fui perdendo a ilusão
nas perdas e nos ganhos
só o amor foi conclusão
se alguém diz que amor não existe
para mim não há contradição
o amor só toca aquele que tem coração
talvez não saiba nada da vida
nem do amor, e nem dos corações
mas sei que dentro do meu peito
desconserta a pulsação
sempre que um certo olhar faceiro
toca minha pele sem intenção
e apenas este olhar me tira os pés do chão
talvez não saiba nada do amor
mas o amor soube tudo de mim
desde o começo e nunca teve fim
o amor é assim não pronunciável
invisível, mas palpável
e um aprender eterno
talvez eu não saiba nada de amor
e que assim continue
aprendendo o amor...amando!!
SA
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
Caráter
...os desprovidos de caráter dão nos sinais de todos os tamanhos a todo momento,
basta calarmos e olharmos atentamente, eles próprios acabam por absorver o veneno que espalharam,
defeitos todos temos, até as rosas mais perfeitas possuem espinhos perversos
mas falta de caráter é toxina capaz de destruir não só as rosas mas o jardim inteiro...
SA
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Pequena fortuna
...que culpa tenho eu se as migalhas de felicidades se amontoam a minha volta,
as migalhas todas juntas se tornam uma pequena fortuna,
e meu sorriso fica assim solto e largo, como se tivesse acabado de descobrir onde acaba o arco-íris
que culpa tenho eu de capturar toda a cor e renovar meu amor nos dias nublados com os carinhos por mim colecionados
é real para mim, é leve quase que flutua, mas o segredo é conseguir manter os pés no chão
é difícil sobreviver as tempestades, só fica possível se sentirmos apenas uma gota d'água de cada vez
no amor é um beijo de cada vez, o carinho certo no momento incerto
no escuro conseguimos seguir equilibrados, se nos mantermos atentos a relembrar os obstáculos
sempre conseguimos chegar onde já estivemos uma vez, ainda que pensamos já ter esquecido
existe em um cantinho de nós a bússola da felicidade, ela é repleta de itinerários que nos conduz ao lado claro de nós
que culpa tenho e se não me culpo, se minha raiva tem a pequena duração de 5 minutos e minha alegria de 5 horas...
só posso responder por mim, persistir no bem estar dos vestígios da criatura em mim que gosta do que é claro, cristalino e verdadeiro
por que em mim também tem um ser obscuro que se afasta da luz,
não se pode permitir ir para muito distante do sol, ou das cores do arco-íris, e então o fim será um buraco negro daqueles que sugam toda força, até nos transformar em criaturas vazias
de vazio na vida já basta a dor
não quero ver a dor de ninguém, não quero ver dor em ninguém
por isso em mim o amor não tem desperdício, é mesmo um vicio e as vezes artifício...
o meu pequeno truque é não imaginar o que virá a seguir, afinal a vida tem que ter magia e não adivinhação!!!
SA
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Não te rendas
Não te rendas, ainda estás a tempo
Não te rendas que a vida é isso,
continuar a viagem,
perseguir os teus sonhos,
destravar os tempos,
arrumar os escombros,
e destapar o céu.
Não te rendas, por favor, não cedas,
ainda que o frio queime,
ainda que o medo morda,
ainda que o sol se esconda,
e se cale o vento:
ainda há fogo na tua alma
ainda existe vida nos teus sonhos.
Porque a vida é tua,
e teu é também o desejo,
porque o quiseste e eu te amo,
porque existe o vinho e o amor,
porque não existem feridas que o tempo não cure.
Abrir as portas,
tirar os ferrolhos,
abandonar as muralhas que te protegeram,
viver a vida e aceitar o desafio,
recuperar o riso,
ensaiar um canto,
baixar a guarda e estender as mãos,
abrir as asas
e tentar de novo
celebrar a vida e relançar-se no infinito.
Não te rendas, por favor, não cedas:
mesmo que o frio queime,
mesmo que o medo morda,
mesmo que o sol se ponha e se cale o vento,
ainda há fogo na tua alma,
ainda existe vida nos teus sonhos.
Porque cada dia é um novo início,
porque esta é a hora e o melhor momento.
Porque não estás só, por que eu te amo.
(Mario Benedetti)
de alcançar e começar de novo,
aceitar as tuas sombras
enterrar os teus medos,
largar o lastro,
retomar o voo.
Não te rendas que a vida é isso,
continuar a viagem,
perseguir os teus sonhos,
destravar os tempos,
arrumar os escombros,
e destapar o céu.
Não te rendas, por favor, não cedas,
ainda que o frio queime,
ainda que o medo morda,
ainda que o sol se esconda,
e se cale o vento:
ainda há fogo na tua alma
ainda existe vida nos teus sonhos.
Porque a vida é tua,
e teu é também o desejo,
porque o quiseste e eu te amo,
porque existe o vinho e o amor,
porque não existem feridas que o tempo não cure.
Abrir as portas,
tirar os ferrolhos,
abandonar as muralhas que te protegeram,
viver a vida e aceitar o desafio,
recuperar o riso,
ensaiar um canto,
baixar a guarda e estender as mãos,
abrir as asas
e tentar de novo
celebrar a vida e relançar-se no infinito.
Não te rendas, por favor, não cedas:
mesmo que o frio queime,
mesmo que o medo morda,
mesmo que o sol se ponha e se cale o vento,
ainda há fogo na tua alma,
ainda existe vida nos teus sonhos.
Porque cada dia é um novo início,
porque esta é a hora e o melhor momento.
Porque não estás só, por que eu te amo.
(Mario Benedetti)
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Cor (ações)
toda vez que vejo em minha volta estes vazios e pálidos corações tutelados por mentes maliciosas e insanas, capazes de tudo em troca de nada,
quase que perco minha força, mas olho para você com seu vermelho vibrante, que não se mostra e nem de ninguém se esconde,
me espelho em seu tom, busco a sensatez de seu apoio e fico indiferente a todo este opaco,
conservar minha cor com tanta nuvem cinza não é tarefa das mais fáceis,
mas a facilidade nunca fez parte de nossos caminhos, nos acostumamos rápido com o pulsar ligeiro de nossos passos,
e sigamos assim nos afastando deste incolor, inodoro e que insiste em tentar nos intoxicar, o antídoto é nosso velho conhecido, Amor...
nosso Amor que escorre abundante, limpo e suave,
cercado desta falta de ser, de fazer e de viver,
sem afetações, sem contaminações, apenas dois corações, em um, no meio de tantos, colorindo com seu encanto!
SA
quase que perco minha força, mas olho para você com seu vermelho vibrante, que não se mostra e nem de ninguém se esconde,
me espelho em seu tom, busco a sensatez de seu apoio e fico indiferente a todo este opaco,
conservar minha cor com tanta nuvem cinza não é tarefa das mais fáceis,
mas a facilidade nunca fez parte de nossos caminhos, nos acostumamos rápido com o pulsar ligeiro de nossos passos,
e sigamos assim nos afastando deste incolor, inodoro e que insiste em tentar nos intoxicar, o antídoto é nosso velho conhecido, Amor...
nosso Amor que escorre abundante, limpo e suave,
cercado desta falta de ser, de fazer e de viver,
sem afetações, sem contaminações, apenas dois corações, em um, no meio de tantos, colorindo com seu encanto!
SA
terça-feira, 20 de julho de 2010
Momento Agora
"Ensino que a vida jamais deveria ser modificada ou esmagada devido à promessa de outro tipo de vida futura. O imortal é esta vida, este momento."
"Quando Nietzsche chorou" (Irvin D. Yalom)
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Dia Feliz
Hoje decidi ter um dia maravilhoso, sem qualquer tipo de influência de terceiros, apenas despertei com os braços do sol a tocar minha pele, e decidi brilhar tal e qual ele, sem custo ou benefício, somente ser eu e sorrir para os bons e também para os maus...um dia ensolarado como este só pode ser um dia feliz, agora preciso ir, aqui esta escuro para mim, há coisas lá fora que me esperam, não posso desperdiçar a energia que o sol me dá!!!
SA
Fortaleza
foi naquele dia de outono,
quando o frio começava a querer chegar
que me enchi do calor dos seus carinhos para nunca mais largar,
para todo dia acrescentar e sempre a dois passos do amanhã olho para aqueles que fomos nós
e ali está a verdadeira razão de estarmos chegando mais longe do que um dia fomos capazes de supor...
agora antes do passo seguinte quero ficar aqui, hoje nós os dois agarrados a sentir o hálito que sai do sussurro do nosso amor
no meio dos apegos e desapegos, das vitórias e dos fracassos estamos nós, dois em um, um por dois...
nenhum frio foi capaz de congelar, nem um calor foi capaz de abafar...ainda temos a mesma temperatura daquele outono
e quanto mais o tempo passa, as estações revezam, nosso amor se renova
nenhum de nós é o mesmo, nossa pele já vai perdendo a beleza, nossa paciência vai ficando pequena
tanta coisa muda, tanta coisa nasce, morre ou simplesmente adormece, mas aquele brilho que é só nosso nunca se apaga...
e se tem uma fortaleza para eu voltar todos os dias é ela o calor dos seus braços...
SA
sábado, 10 de julho de 2010
(Re) Tocados
assim de manhã sentados na areia clara da praia,
que tudo parece fazer um sentido surreal,
ali onde as cores se misturam claras e palpáveis,
os contornos são retocados dando vida aos detalhes...
é que os dias da semana quase que não existem
o tempo é devorado por tantas situações.
e nossas peculiaridades ficam ali largadas
de tal maneira que chego a pensar
que de repente nem temos mais afinidades.
mas basta um dia, apenas um, no fim dos seis
ali quando o sete toma forma de estrada.
e partimos para um canto qualquer do mar,
ali voltamos ao lugar que nos pertence: nós mesmos.
onde o duplo se unifica, o mar batiza e limpa
até as sujidades mais escondidas, aquelas que
nem nos apercebemos, as menos visíveis...
é assim que tem de ser, dois mundo separados por
cento e quarenta e quatro horas de carinhos escassos,
quando se encontram tomam forma de constelação:
da mais bela, da mais indecifrável, do tipo inesquecível...
e basta este pequeno elixir de amor para as estrelas
seguirem o rumo preciso até a próxima translação
para este canto que qualquer um pode chegar
mas nem todos conseguem voltar...
SA
que tudo parece fazer um sentido surreal,
ali onde as cores se misturam claras e palpáveis,
os contornos são retocados dando vida aos detalhes...
é que os dias da semana quase que não existem
o tempo é devorado por tantas situações.
e nossas peculiaridades ficam ali largadas
de tal maneira que chego a pensar
que de repente nem temos mais afinidades.
mas basta um dia, apenas um, no fim dos seis
ali quando o sete toma forma de estrada.
e partimos para um canto qualquer do mar,
ali voltamos ao lugar que nos pertence: nós mesmos.
onde o duplo se unifica, o mar batiza e limpa
até as sujidades mais escondidas, aquelas que
nem nos apercebemos, as menos visíveis...
é assim que tem de ser, dois mundo separados por
cento e quarenta e quatro horas de carinhos escassos,
quando se encontram tomam forma de constelação:
da mais bela, da mais indecifrável, do tipo inesquecível...
e basta este pequeno elixir de amor para as estrelas
seguirem o rumo preciso até a próxima translação
para este canto que qualquer um pode chegar
mas nem todos conseguem voltar...
SA
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Exclusiva (mente)
Uma grande dose de mim ...para mim
nas manhãs meus cuidados
nas tardes meus afazeres
nas noites meus prazeres
só eu...e eu...até seu desejo sou eu
não posso deixar sobre mim
sonhos desfalecidos
coração partido
tem muito mais a ser preenchido
então nas lacunas mais que pó
...suor...arder em mim mesma
completa, serena, segura...madura
não é que nada mais me importe,
não é isso...
as certezas são poucas para tanta espera...
então é rir este riso frouxo
deliciar neste gozo
de ser leve e flutuar...
ressacar as realizações
e não a realidade...
e cuidar de mim
para mim e por mim rir
por mim sentir e recordar
por mim sonhar
me realizar
ser ar
amar!
SA
nas manhãs meus cuidados
nas tardes meus afazeres
nas noites meus prazeres
só eu...e eu...até seu desejo sou eu
não posso deixar sobre mim
sonhos desfalecidos
coração partido
tem muito mais a ser preenchido
então nas lacunas mais que pó
...suor...arder em mim mesma
completa, serena, segura...madura
não é que nada mais me importe,
não é isso...
as certezas são poucas para tanta espera...
então é rir este riso frouxo
deliciar neste gozo
de ser leve e flutuar...
ressacar as realizações
e não a realidade...
e cuidar de mim
para mim e por mim rir
por mim sentir e recordar
por mim sonhar
me realizar
ser ar
amar!
SA
domingo, 27 de junho de 2010
Mais do amor
"O Amor é apenas um canto vazio, até que alguém habite nele, só aí esse canto toma conta de todo um espaço, e ficamos muito mais capacitados. Para deixar que esse canto se ocupe é preciso muita coragem, muitos chegam a pensar que é mais fácil consumir-se num canto vazio do que deixar que o amor seja a totalidade de seu ser. Para ocuparmos de amor não precisamos nos abandonar, quanto mais rendemos a ele, mais completos ficamos!"
S A
S A
sexta-feira, 18 de junho de 2010
(Re)Nascer
flores, cores, sabores, aromas instigantes,
quase um renascer da pele ao toque,
é muito simples para ser êxtase
é muito leve para ser grande
mas é completo, preenche cada célula...
quase sinto medo, daí repito essa palavra muitas vezes
até ela perder a força, ficar sem sentido algum
palavra nenhuma faz sentido se repetida vezes sem conta...
e volto a sentir as boas vibrações que invadem meu corpo
um respirar suave, uma vontade de voar para que todos possam ver
na verdade já flutuo no meu pequeno novo mundo
com pequenas aberturas que me levarão por aí para longe
por enquanto vou ficar assim quietinha só a sugar
o néctar açucarado que os pequenos esforços me trouxeram...
e se cansar?! e se acabar?! bem, se cansar encontrarei outro caminho
outro mundo, pois carrego comigo a vontade dos aprendizes.
já, se acabar, terei belas lembranças que trarão vestígios de felicidade.
SA
quase um renascer da pele ao toque,
é muito simples para ser êxtase
é muito leve para ser grande
mas é completo, preenche cada célula...
quase sinto medo, daí repito essa palavra muitas vezes
até ela perder a força, ficar sem sentido algum
palavra nenhuma faz sentido se repetida vezes sem conta...
e volto a sentir as boas vibrações que invadem meu corpo
um respirar suave, uma vontade de voar para que todos possam ver
na verdade já flutuo no meu pequeno novo mundo
com pequenas aberturas que me levarão por aí para longe
por enquanto vou ficar assim quietinha só a sugar
o néctar açucarado que os pequenos esforços me trouxeram...
e se cansar?! e se acabar?! bem, se cansar encontrarei outro caminho
outro mundo, pois carrego comigo a vontade dos aprendizes.
já, se acabar, terei belas lembranças que trarão vestígios de felicidade.
SA
sábado, 12 de junho de 2010
Namorar!
Ter ou não ter namorado, eis a questão...
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metro, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
(Atribuído a Carlos Drummond de Andrade, mas na verdade é de Artur da Távola).
(Atribuído a Carlos Drummond de Andrade, mas na verdade é de Artur da Távola).
sexta-feira, 4 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Pequeno Delito
apenas roubo o que você não usa
o cheiro que exala do seu corpo
as palavras que adoçam meus ouvidos
a saliva molhada dos inúmeros beijos
o sono velado que acaba todas as manhãs
as lembranças dos pequenos feitos que você sempre esquece
sou sua caixinha de memória
se não roubo os pormenores de ti, quem vai lembrar de tudo
tudo que roubo de ti não pode ser guardado no armário das ferramentas
é tudo coisa sem valor monetário, é coisa que não cabe na bolsa
é tudo tão majestoso que nem se pode contar
eu roubo descaradamente e guardo secretamente
muitos podem nunca se lembrar de ti
mas eu tenho o baú dos segredos onde guardo todos
os pedaços de ti, ainda que você seja um sonho
eu cometo o delito de me tornar louca
para provar que você existe para mim
e você é mais que carne e osso, que corpo humano
é divino, é sonho, é anjo
o melhor de tudo é que acordo e todo o tesouro roubado
o cheiro que exala do seu corpo
as palavras que adoçam meus ouvidos
a saliva molhada dos inúmeros beijos
o sono velado que acaba todas as manhãs
as lembranças dos pequenos feitos que você sempre esquece
sou sua caixinha de memória
se não roubo os pormenores de ti, quem vai lembrar de tudo
tudo que roubo de ti não pode ser guardado no armário das ferramentas
é tudo coisa sem valor monetário, é coisa que não cabe na bolsa
é tudo tão majestoso que nem se pode contar
eu roubo descaradamente e guardo secretamente
muitos podem nunca se lembrar de ti
mas eu tenho o baú dos segredos onde guardo todos
os pedaços de ti, ainda que você seja um sonho
eu cometo o delito de me tornar louca
para provar que você existe para mim
e você é mais que carne e osso, que corpo humano
é divino, é sonho, é anjo
o melhor de tudo é que acordo e todo o tesouro roubado
continua se multiplicando, nem me lembro
quando plantei a primeira semente
mas sei que todos os dias nosso amor floresce
é tesouro mais valioso que ouro,
mas ninguém pode roubar
porque é feito mistura de DNA
não repete nunca
é só cuidar para não acabar
e eu continuo a cuidar, a roubar, e a doar
o cheiro, o falar, os beijos e o abraçar...
SA
quando plantei a primeira semente
mas sei que todos os dias nosso amor floresce
é tesouro mais valioso que ouro,
mas ninguém pode roubar
porque é feito mistura de DNA
não repete nunca
é só cuidar para não acabar
e eu continuo a cuidar, a roubar, e a doar
o cheiro, o falar, os beijos e o abraçar...
SA
terça-feira, 1 de junho de 2010
Som Articulado
Permita -me escancarar todos os meus defeitos,
quem sabe no meio deles existe uma qualidade que só você reconhece.
Permita-me com as minhas polissílabas cansar seus ouvidos,
Permita-me com as minhas polissílabas cansar seus ouvidos,
não me faça calar, me acalma jorrar as palavras quando anoitece.
Permita-me os sons, as palavras da fala, como eu te respeito,
Permita-me os sons, as palavras da fala, como eu te respeito,
seu silêncio inquietante, sua falta de barulho vibrante.
Permita-me estar assim por completa na fala,
Permita-me estar assim por completa na fala,
se eu calar é porque já não estarei mais contigo,
não estarei mais por ti.
Bem, se eu calar será tarde demais.
Bem, se eu calar será tarde demais.
SA
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
(in) certeza
vinte e nove do cinco de dois mil e dez
descobri, de repente, numa simples conversa
que todas as coisas menos boas
que falavam daquela pessoa que eu achava tão boa
eram, na realidade, tudo verdade
e óbvio, apenas eu não sabia...
tenho duas maneiras de pensar sobre isso:
1. perdi mais uma fasquia da minha inocência
ou
2.fiquei mais espertinha hoje
2.fiquei mais espertinha hoje
prefiro pensar que estou ganhando esperteza,
e nem doí tanto quanto nos meus pensamentos...
nem bom nem mal, apenas real!!!
SA
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Acalma-te
"Se te contentas com os frutos ainda verdes, toma-os, leva-os, quantos quiseres. Se o que desejas, no entanto, são os mais saborosos, maduros, bonitos e suculentos, deverás ter paciência.
Senta-te sem ansiedades.
Acalma-te, ama, perdoa, renuncia, medita e guarda silêncio.
Aguarda. Os frutos vão amadurecer."
Prof. Hermógenes
Senta-te sem ansiedades.
Acalma-te, ama, perdoa, renuncia, medita e guarda silêncio.
Aguarda. Os frutos vão amadurecer."
Prof. Hermógenes
terça-feira, 25 de maio de 2010
Serenidade
Tanta coisa guardada, lacrada, quase acabada.
Estas partes de mim que tem muito a dizer.
Quase ninguém vê, quase sempre, porque?
A vontade latente de gritar com essa gente.
Mostrar tudo de frente, assim num susto, de repente.
Não deveria ser segredo qualquer possibilidade de semente.
Tantas formas para mostrar, e figuras para desenhar.
Conceito legítimo, intuição calada, boas lições para ensinar.
Mas algo cala, embaraça, inala, acabo por esconder.
Me ponho a pensar, quantas assim como eu,
tem tesouros só seus, que está arriscado perder.
Quantos pequenos botões talvez nem cheguem a florescer.
É preciso mais que uma vida para tolher a ferida
que o mundo faz questão de intensificar.
Vida que não se repete, outra não acontece,
mesmo que exista quem pense que reina eternamente.
Sei que tudo se acaba, embora o amor se propaga,
a morte é de certeza a única aliada.
Ainda assim quero ter a sensível habilidade,
a sensibilidade, de manter a serenidade no último fechar de olhos.
Que apenas me lembre de um abraço apertado,
de um sorriso sincero, de uma palavra doce...
Que eu possa ir embora com cheirinho de vida em mim.
Se for assim, será melhor o fim.
SA
Estas partes de mim que tem muito a dizer.
Quase ninguém vê, quase sempre, porque?
A vontade latente de gritar com essa gente.
Mostrar tudo de frente, assim num susto, de repente.
Não deveria ser segredo qualquer possibilidade de semente.
Tantas formas para mostrar, e figuras para desenhar.
Conceito legítimo, intuição calada, boas lições para ensinar.
Mas algo cala, embaraça, inala, acabo por esconder.
Me ponho a pensar, quantas assim como eu,
tem tesouros só seus, que está arriscado perder.
Quantos pequenos botões talvez nem cheguem a florescer.
É preciso mais que uma vida para tolher a ferida
que o mundo faz questão de intensificar.
Vida que não se repete, outra não acontece,
mesmo que exista quem pense que reina eternamente.
Sei que tudo se acaba, embora o amor se propaga,
a morte é de certeza a única aliada.
Ainda assim quero ter a sensível habilidade,
a sensibilidade, de manter a serenidade no último fechar de olhos.
Que apenas me lembre de um abraço apertado,
de um sorriso sincero, de uma palavra doce...
Que eu possa ir embora com cheirinho de vida em mim.
Se for assim, será melhor o fim.
SA
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Estreitando Laços
As pessoas chegam de mansinho e tomam conta da gente.
A primeira vista parece ser só mais um, só mais uma, mas as palavras tomam proporções gigantescas, os sentimentos ficam profundos...
E de repente a gente percebe que nem tudo esta perdido, e que ainda existem sim pessoas que valem a pena, pessoas humanas de fato.
Quero gente que é gente ao meu redor, pessoas que pensam antes de falar, não para agradar, mas sim para não magoar. E se magoar...bem, o laço criado é forte o suficiente para o perdão.
O bom disso tudo é que temos mais alguém, e ter mais é sempre melhor do que ter menos.
Alguém para pensar, mais um personagem a acrescentar nas ideias sonhadoras antes de dormir...
É claro que junto com toda a descoberta e os bons sentimentos vem o medo atormentador de que tudo não passa de ilusão...mas por medo muitas vezes diminuímos coisas e pessoas, e somos seres evolutivos, aumentar é que é a palavra de ordem, nem que seja aumentar desilusão.
Mas de repente o medo se esconde e dá lugar aos planos bons que uma amizade nos pode permitir.
E quando tudo começa a ficar meio sólido, meio rotineiro, aí a gente percebe que muitas vezes o maior problema de viver isolado é nosso.
E ter alguém para conversar, para confessar, para consertar, para alegrar, para chorar, para sonhar, para realizar é bom demais!!!
SA
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Tristeza permitida
Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz?
Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma.
Não sorriu hoje? Medicamento.
Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer.
Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara.
“Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais.
Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for.
Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar.
Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.
Martha Medeiros
verniz
as palavras perderam o sabor
por uns dias o pincel enverniza as unhas pálidas
com cores menos vibrantes
aquela, simplesmente a mais bela, espelha uma certa saudade
vermelha...
SA
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Tristes Felizes
Triste de quem é feliz!
A tacanhez ensanguenta-me a alma!
Tristes dos que observam sem ver,
que se movem na sua completude de quatro paredes.
Para os quais "horizonte" e "caminho" são palavras sem plural.
Tristes dos que não vêem para lá da sua altura!
Tristes dos que não conseguem soltar as amarras
mesmo quando lhes acenam com uma navalha...
PS: recebi por e-mail, desconheço autor.
A tacanhez ensanguenta-me a alma!
Tristes dos que observam sem ver,
que se movem na sua completude de quatro paredes.
Para os quais "horizonte" e "caminho" são palavras sem plural.
Tristes dos que não vêem para lá da sua altura!
Tristes dos que não conseguem soltar as amarras
mesmo quando lhes acenam com uma navalha...
PS: recebi por e-mail, desconheço autor.
sábado, 8 de maio de 2010
Acredite
"Faça um pedido...E jogue uma moeda na fonte comigo!"
Precisamos de pequenas ilusões diárias em nossas vidas, para sobreviver as questões que giram em nossas mentes, já dizia um bom amigo que melhor viver iludido do que desesperado.
Temos sim que ter um pé na realidade, e em certas ocasiões o corpo todo, mas uma pitada de sonho faz da gente mais leve, mesmo que não se acredite em nada de sobre natural, apenas a força de um pensamento positivo que nos faz acreditar que amanhã será melhor que hoje, ainda que muitos fatos apontam para o contrário.
Se deixarmos de vez a espera por dias melhores acabamos por abandonar a nós mesmos lentamente. Então é agarrar aos nossos instintos, aos nossos bons princípios e sair por aí errando como seres imperfeitos que somos, mas com a certeza que com cada erro uma lição aprenderemos e um dia destes numa tentativa qualquer algo há de funcionar bem.
Enquanto isso é lutar, não pedimos para cá estar mas já que estamos a saída é fazer o melhor possível hoje. O amanhã não existe e pode ser construído.
SA
Enquanto isso é lutar, não pedimos para cá estar mas já que estamos a saída é fazer o melhor possível hoje. O amanhã não existe e pode ser construído.
SA
quinta-feira, 6 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Brincar de Vida
"Não tenho lido nem escrito
nem mesmo pensado em novos poemas.
nem mesmo pensado em novos poemas.
Mas daqui,
da janela do quarto,
a persiana levantada a meio,
vejo duas crianças brincando no jardim.
Brincam de vida.
De uma vida melhor, logo mais verdadeira,
porque meu coração quer
que tudo que seja bom
seja também verdadeiro..."
Manoel Carlos
Milk Shake
Baseado numa história real
Dois brasileiros rumo a Lisboa num voo saindo de São Paulo com escala em Berlim. Com o sonho de tentar a vida no estrangeiro, pela primeira vez deixam seu país e até mesmo a cidade natal.
Em Berlim permaneceram cerca de 3 horas até seguirem rumo a Lisboa, num inverno bastante cruel, cansados após longas horas de viagem os dois amigos decidem tomar algo quente para "espantar" o frio.
R vira-se para A e pergunta:
-E aí véio quero tomar um chocolate quente, e você vai querer?
-Claro R, tô com muito frio, vai ser bom mesmo.
R preocupado vira se para A e diz:
-Mas como é que vamos pedir isso, não sei nenhuma palavra dessa língua, você sabe ao menos Inglês?
A todo orgulhoso:
-Eu não domino, mas me desenrasco, leite eu sei que é Milk, e chocolate quente é Milk shake.
-Será véio, eu não sei de nada, mas espero bem que seja pois vai aquecer bem esse chocolatinho, vamos ali naquela lanchonete e você pede. Bora?
-Bora lá R, você vai ver como eu sou safo.
Os dois se acomodam e logo vem um garçom:
-Speaks English?
A fingindo se de safo para R resmunga ao mesmo tempo que balança afirmativamente a cabeça, mal sabe o que o "cara" falou:
-humhum...
-What is the request?
A responde com a voz um tanto baixa, e um bocado carregado de nervosismo:
-Milk Shake, please (levantando dois dedos ao mesmo tempo que fala).
O garçom ainda pergunta:
-Chocolate Big?
Mais uma vezes ele balança a cabeça afirmando que sim, seja lá o que for big, e pensa que deve ser bem quente.
O garçom retira-se e o R diz:
-A, meu véio o garçom falou mei bravo aí no fim, será o que esse chocolate quente BIG?
-Relaxa é quentinho você vai me agradecer depois, deixa de marra aí vai, tá frio demais.
O garçom foi ligar a máquina, afinal aquele aparelho nem se liga no inverno. Passado algum tempo aparece o garçom com dois copos gigantes de Milk Shake geladinho, como o bom Milk Shake deve ser.
Os dois amigos se olham e R logo retruca:
-Agora nem me olhe assim, vamos mais é beber e calar antes que ele perceba que fizemos burrada.
-Burrada o que R, o "cara" que é burro não sabe falar inglês direito, é alemão aí já viu né.!!!
-R bebe muito depressa o tal Milk Shake, levanta se e coloca uma nota de 20 euros na mão do garçom e puxa por A, quer mais é esquecer este dia.
Não esquecendo nunca o "frio" episódio R chegando em Lisboa não tardou começar um curso de inglês, entre outros que fez dele alguém mais culto, conservou a humildade e embora não tenha ficado rico tem uma profissão.
R como sabe muito e acredita que não tem nada neste mundo que ele não aprenda sozinho, continua entrando nas "frias" da vida...aliás qualquer dia ele congela.
SA
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca,
tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço
e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca,
tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço
e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 2 de maio de 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)