Tanta coisa guardada, lacrada, quase acabada.
Estas partes de mim que tem muito a dizer.
Quase ninguém vê, quase sempre, porque?
A vontade latente de gritar com essa gente.
Mostrar tudo de frente, assim num susto, de repente.
Não deveria ser segredo qualquer possibilidade de semente.
Tantas formas para mostrar, e figuras para desenhar.
Conceito legítimo, intuição calada, boas lições para ensinar.
Mas algo cala, embaraça, inala, acabo por esconder.
Me ponho a pensar, quantas assim como eu,
tem tesouros só seus, que está arriscado perder.
Quantos pequenos botões talvez nem cheguem a florescer.
É preciso mais que uma vida para tolher a ferida
que o mundo faz questão de intensificar.
Vida que não se repete, outra não acontece,
mesmo que exista quem pense que reina eternamente.
Sei que tudo se acaba, embora o amor se propaga,
a morte é de certeza a única aliada.
Ainda assim quero ter a sensível habilidade,
a sensibilidade, de manter a serenidade no último fechar de olhos.
Que apenas me lembre de um abraço apertado,
de um sorriso sincero, de uma palavra doce...
Que eu possa ir embora com cheirinho de vida em mim.
Se for assim, será melhor o fim.
SA
Estas partes de mim que tem muito a dizer.
Quase ninguém vê, quase sempre, porque?
A vontade latente de gritar com essa gente.
Mostrar tudo de frente, assim num susto, de repente.
Não deveria ser segredo qualquer possibilidade de semente.
Tantas formas para mostrar, e figuras para desenhar.
Conceito legítimo, intuição calada, boas lições para ensinar.
Mas algo cala, embaraça, inala, acabo por esconder.
Me ponho a pensar, quantas assim como eu,
tem tesouros só seus, que está arriscado perder.
Quantos pequenos botões talvez nem cheguem a florescer.
É preciso mais que uma vida para tolher a ferida
que o mundo faz questão de intensificar.
Vida que não se repete, outra não acontece,
mesmo que exista quem pense que reina eternamente.
Sei que tudo se acaba, embora o amor se propaga,
a morte é de certeza a única aliada.
Ainda assim quero ter a sensível habilidade,
a sensibilidade, de manter a serenidade no último fechar de olhos.
Que apenas me lembre de um abraço apertado,
de um sorriso sincero, de uma palavra doce...
Que eu possa ir embora com cheirinho de vida em mim.
Se for assim, será melhor o fim.
SA
Alguma vez você já fez
ResponderEliminaro caminho de santiago?
Coisas quardadas que só você conhece.
ResponderEliminarTudo isso demonstrado por amor, é sim, o melhor de você.
Está me lembrando o jeito que Drummond escreve.
Mais um texto explodindo de tanto sentimento e significado(s). Talvez ocultos em você. Sinais de uma vida paralela, inativa, sedenta por uma voz que o mundo nem sempre está disposto a ouvir. Mas grite, Sarinha. Exponha-se ao sol de vez em quando. A gente queima, mas depois se recupera. Como você mesma disse, a vida não se repete. E sentir-se "intensamente vivo" é a melhor coisa que existe.
ResponderEliminarMais uma imagem perfeitamente casada com o texto. A arte corre solta por aqui. :)
Beijinhos escarlates!!!!!
Bom dia Sara...
ResponderEliminarQuero aproveitar essa oportunidade e parabenizá-la pelo texto. Ficou muito bom mesmo. Está mais claro, mais limpo, mais cristalino, e diria perfeito.
Vejo que entrar em Solitude é bem mais fácil do que permanecer nela. E nesse sentido encontrei um texto legal de Ana Alice Guimarães:
PODEROSAS.
Quem gosta de liberdade tem que aprender a conviver com a solitude.
Ela pode ser uma boa companheira. Basta experimentar. Vale a pena.
Diferente da solidão que carrega o estigma de ser triste, de ter cheiro de abandono, a solitude é amena e é uma opção pessoal, coisa de mulher moderna. De mulher poderosa, como se diz por aí.
De todas as idades, mas principalmente as maduras, que já aprenderam as duras lições da vida, essas moças bonitas, charmosas e atraentes dirigem seu próprio carro comprado com o esforço de seu trabalho, viajam sozinhas, vão da cozinha ao cinema sem medo de ser feliz. Tudo isto ostentando um belo sorriso emoldurado por uma boca pintada com batom vermelho. Vestem roupas da moda, primam pela qualidade, abanam cabelos sedosos ao vento deixando atrás de si um rastro de perfume francês. Pagam suas despesas com cartões de crédito que exibem nas mesas dos bares e restaurantes onde almoçaram, jantaram ou apenas tomaram uma cervejinha gelada. Sem nenhum constrangimento por exporem ao mundo sua solitude.
Para essas sacerdotisas contemporâneas seu templo é o mundo e nele não há clausuras. Não lhes falta amigos, familiares e namorados, mas preferem dividir a alegria de viver consigo próprias e com ninguém mais, como uma espécie de desagravo às suas ancestrais amordaçadas.
Nada de egoísmo, apenas usufruir daquela sensação gostosa de”sentir-se donas de seu próprio nariz”. Já foi-se o tempo do “eu só vou se você for”. E olha que não faz tanto tempo assim que mulher nem era cidadã, não votava, não tinha CPF nem carteira de motorista. Fumar, então, era coisa de mulher-dama (como eram chamadas as prostitutas).
Beber, só refrigerante, usar calças compridas um escândalo.
Tudo coisa do passado, graças a Deus. Hoje já se pode dizer que as mulheres são livres, mesmo que ainda haja quem se preste a discordar. Concordar ou discordar é de foro íntimo, individual.
O que importa é que a roda da vida girou e faz-se necessário viver e fazer-se feliz. Correr riscos faz parte do processo. Uma geração inteira de mulheres corajosas arriscou sua reputação para que se chegasse até aqui imunes aos falatórios maldosos de poucos anos atrás.
Mulher é fêmea da natureza; livre para voar e buscar o que achar melhor para o seu momento, fazer suas escolhas, trilhar sua estrada.
É preferível colidir com um muro de concreto do que não viver.
Maria Alice Guimarães.
ps. Estarei na europa neste fim de ano.
A verdadeira serenidade não é ausência de paixão, mas a paixão contida, ímpeto domado.
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