Por muito tempo achei que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca,
tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço
e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 3 de maio de 2010
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É o que o Arnaldo Antunes fala: "Aos outros eu devolvo a dó, eu tenho a minha dor"
ResponderEliminarBjs!
Olá Sara...
ResponderEliminarCerta vez decidi dar um trato na minha cabeça, frequentando um psicanalista, afim de por as idéias em ordem, e lembrei que durante uma sessão o dito cujo perguntou-me: Você sabia que o ser humano tem a capacidade de estar longe e perto ao mesmo tempo? E respondi: Não! Como é isso? teletransporte? Ele: Mais ou menos! É só pensar e você estará perto do que quer, pois ter é possessão! Eu: É? Ele: É.
Eu não sei se o cara quis me chamar de egoísta, mas a minha cabeça estava muito complicada nessa época e já faz tempo que passou. Imagino que as complicações estão nos outros e não em mim, por essa razão fui estudar psicologia. E um dia a minha irmã alertou-me: Se todos tivessem um bom amigo não haveria necessidade de psicólogo. Será que ela queria me ver desempregado? Será que ela quis dizer que eu não tenho amigo? Deve ser porque nem todos tem amigos?
Só sei que acabei descobrindo que sou na verdade um cara muito simples e são os outros que me deixam maluco.
Falava de longe e perto?