sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Filho


Ao primeiro sinal de você: amor, delicadeza, suavidade e medo.
A primeira vez que você mexeu dentro de mim: magia.
Ao primeiro olhar: beleza, plenitude e quase dor.
Ao primeiro choro: entrega.
A primeira mamada: renúncia, nada mais importava só sua saciedade.
Ao primeiro banho: prazer, cuidado e dedicação.
E tudo foi se repetindo...e criando o forte elo de sermos mãe e filho!
Difícil nos reconhecermos como tal, apesar de perceber que nasci para ter você e você só podia ser meu!
E a nossa vida seguiu nessa sucessão de primeiros, segundos, e tantos momentos.
A primeira refeição: doçura.
O primeiro passo: liberdade.
O desmame: partida.
O primeiro dia de aula: saudades.
A primeira noite fora de casa: vazio.
E você vai indo embora, todos os dias um pouco, e quanto mais vai muito de você fica, porque filho foi feito para ir, foi feito pros outros, mas o único lugar onde você permanece e tem moradia fixa é no meu coração.
Você é do mundo, mas meu mundo é seu!
Te amo filho, sempre e para sempre.

Sara Almeida




segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Sobre o amor...
não mendigues
não peças
não implores
Ele acontece (ou não) sem solicitação
apenas com solicitude.

terça-feira, 11 de outubro de 2016


"Não vale mesmo a pena abrir
 mão de algo em que acreditamos
 porque as pessoas ao nosso redor
 não acham isso tão incrível!"

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

novo ser

novo ser
vem ser
o nosso florescer
doce e bela surpresa
invade
transborda
pode chegar
que tudo aqui é seu
e você é nosso
clareia, situa, devolve
a alegria, a paz, a harmonia
que é ter uma nova vida
nessa vida nova
abraços, carinhos e sonhos
muitos sonhos coloridos
estamos pintando tudo
as paredes, os móveis
até o céu muda de cor
para você chegar
se achegue, devagarinho
fique, complique e desmistifique
nos embarace, enlace
porque não te esperávamos
mas agora não sabemos viver sem ti

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

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" encontra constância no teu fio condutor: define muito bem o que não queres para ti.
tenta tudo de novo. arrisca tudo de novo. troca todos os verbos. escolhe-te como sujeito desta oração.
reinventa, refaz, reorienta, reama, recomeça. é a (tua) vida. tua.
baralha e volta a dar. crê que a sorte vai dar trabalho a conquistar. que nem todos os dias vão ser bons. que vão existir muitos momentos em que a força te vai faltar, em que a fé vai vacilar, em que a coragem não se vai agigantar perante o medo do que não sabes.
sim, há dias em que seria muito mais fácil desistir. não tivesses tu gravada na pele a palavra resiliência."
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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Amor, é simples!

''Amor é o encaixe perfeito.
 É direção e refúgio.
 É ter um porto seguro.
 Amor é ter a pessoa favorita no mundo todo. 
É contar os segundos para reencontrar. 
É ter para quem voltar. 
Amor é saber para onde quer ir. 
Onde quer chegar. 
E ali, permanecer.''

quarta-feira, 25 de maio de 2016

imperceptível

a vida é feita de momentos
vamos morrendo aos poucos
sem perceber
graças aos momentos bons
toda morte fica esquecida
mas de vez em quando 
vem ela e nos mostra
que as coisas se acabam
apesar dos começos serem mágicos
e as vezes não acontecerem
os fins, esses sim são certeza
e toda vez que nos vemos morrer
um pouquinho que seja
dá uma dor tremenda
e fica quase impossível acreditar
mas o impossível também não existe
resta esperar, a vida seguir
até a morte outra vez se mostrar
a morte, aquela das pequenas coisas
das pequenas alegrias,
do imperceptível
essa que estrangula
sorrateiramente
mas endurece
o único conforto
é que podem existir
novas coisas mágicas
ou não...
é preciso despir-se
inteira(mente)
nova(mente)
até o último momento

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Adeus às ilusões...

“Onde não houver amor, não se demore.” (Eleonora Duse)
Temos muita dificuldade em colocar um ponto final e de “partir para outra”, nos vários setores de nossa vida, como se fugíssemos à responsabilidade de ter de arcar com a dor advinda com esse despedir-se, como se aquilo que está feito, feito está, o que é uma inverdade, pois, muitas vezes, a permanência traz uma segurança ilusória. E assim vamos pagando um preço alto por nossa covardia e fingimento para com ninguém mais do que nós mesmos.
Os caminhos que temos à nossa frente é entremeado por bifurcações e armadilhas e, sem que percebamos, somos muitas vezes levados a optar por alternativas às quais é mais fácil nos acomodarmos. Acomodar-se, porém, pode também significar passividade e conformismo, sendo que sentimentos estanques não nos impelem às mudanças necessárias ao nosso desenvolvimento como pessoas. Conformar-se demais pode nos custar a distância de uma outra verdade – com a qual nos identificaríamos melhor -, a desonestidade com nossas vontades e um crescente arrependimento, nocivo tanto ao nosso bem estar quanto à harmonia com quem está ao nosso lado.
É necessário dizer adeus ao amor que já deixou de acelerar nossos corações, que já não sorri quando nos vê, que não nos dá as mãos, pois não caminha ao nosso lado, que não nos pergunta se dormimos bem, se almoçamos, ou o porquê das lágrimas suspensas em nossos olhares distantes. É necessário despedir-se do amor que trai e fere, que já nem é amor, nem amizade, nem troca ou cumplicidade, tampouco conforto e necessidade.
Digamos adeus à amizade que já deixou de fazer falta, que não tem tempo de nos ouvir e animar, que já não aparece em busca de conselhos, nem quer saber de nossas vidas. É preciso despedir-se de amizades que não acrescentam, que nos diminuem, que nos trocam facilmente, que usam nossos segredos contra nós, puxam nossos tapetes, esgotam nossas energias.
É necessário dizer adeus ao serviço que nos empobrece, que alimenta nossa miséria emocional, que nos impede de sorrir, que não nos oferece oportunidades, que nos assedia moralmente, não nos ouve. É necessário despedir-se dos chefes desumanos, dos colegas de trabalho hipócritas, das jornadas extenuantes, da mesquinharia com o cafezinho, dos gritos e erros destacados, da humilhação velada, da estagnação que anula nossas capacidades, da cordialidade venenosa na mesa ao lado.
Digamos adeus ao lar que já não nos comporta em tudo o que somos e queremos, que extrapola os nossos limites, que cobra por nos amar, tolhe nosso caminhar e não mais entende o que falamos. É preciso despedir-se do quarto sem privacidade, da TV sempre ligada, da roupa emprestada da irmã, da cópia das chaves da porta, da consulta ininterrupta ao relógio nas noites de diversão.
É necessário dizer adeus à esperança de que o outro vá mudar, à espera vã do telefonema, da resposta que nunca chega, do convite que nunca é ouvido, do “eu te amo” nunca dito, do abraço não correspondido, do olhar que não penetra fundo, do reconhecimento nunca recebido. É necessário despedir-se de quem nos fere, no corpo e na alma, de quem nos incomoda, dos xingamentos, das noites insones, da violência alheia, da ânsia pelo fim do expediente, pelo fim do dia.
Digamos adeus ao não existir, ao sufocamento de nossos desejos, à raiva contida, às ofensas engolidas, aos desvios de caminhos, aos projetos não realizados, aos sonhos que não acordam, à morte em vida. É preciso despedir-se das roupas que já não nos servem, dos CDs que não ouvimos, das cartas que já nem lemos, das lembranças que nos ferem, das fotos envelhecidas no tempo, da sombra da infidelidade, das obrigações que criamos e não nos levam a nada.
Não nos demoremos em lugares onde não nos sintamos vivos, amados, onde não respiremos direito, onde não possamos ser verdadeiros. O desapego é difícil, pois requer o enfrentamento corajoso do que fizemos de nossas vidas, do que somos e sentimos, e encarar as escolhas erradas traz dor e culpa. Além disso, quando rompemos com o que parece estabelecido em nossa jornada, mexemos também com as vidas que caminham conosco e teremos que trilhar uma árdua batalha, até que sejamos compreendidos, ou não. O importante é que estaremos agindo em busca de nossa felicidade, partindo ao encontro de nosso lugar no mundo e na vida de alguém. Ninguém pode ser condenado por tentar ser feliz, quando o fizer de forma ética e sincera, sem desrespeitar a si mesmo nem a ninguém mais. Quem nos ama de verdade acabará entendendo a necessidade de nossa atitude, torcendo pelo nosso sucesso, onde e com quem estivermos.
Nossa sobrevivência depende do adeus às ilusões, da coragem para iniciarmos as despedidas necessárias, tendo a consciência de que as infinitas possibilidades que se descortinarão a partir de então compensarão as perdas pelo caminho. Ninguém é obrigado a aceitar com resignação e conformismo aquilo que pode – e deve – mudar. Todos, afinal, temos o direito de viver e de respirar com alívio, com a certeza de que o que deixamos para trás ficou exatamente onde deveria: lá atrás, bem distante, não tendo mais poder algum sobre nossas vidas e nossa busca pela felicidade.
Marcel camargo
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