sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

quase perto

a você...
que existe numa fotografia,
que distante na geografia é tão perto na melodia
que é sonho, é magia, é mais que alegria, uma doce sintonia
você que nunca esteve aqui no calor do meu abraço
que nunca dividiu comigo alguns passos
consegue trazer a mim um compasso
e criar este laço
ora nude ora escarlate
apesar de não estar presente
em mim sua cor não fica ausente
de boa saúde ou doente
aqui fico espera
nesta janela verde amarela
até o dia
que a melodia ultrapasse a geografia
que a magia do sonho
te traga para minha alegria
e num abraço reforçar o laço
e dançarmos no compasso
pincelar os novos passos
não mais nude
apenas escarlate

PS: Todos os dias são seus, mas este marca o presente que foi você existir para nós.
SA

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amores e Livros

Amores são como livros. Uns maiores, outros menores; alguns profundos, outros mais superficiais. Há aqueles que lemos quando pequenos logo que aprendemos a ler e que nos acompanham por toda a vida; há os que lemos há muito tempo e reencontramos inusitadamente, acompanhados de uma avalanche de lembranças. Algumas pessoas encontram livros perfeitos, livros feitos para elas. Em minha estante cada livro possui seu lugar definido, especial… Às vezes me pego em frente a eles, percorrendo com os olhos seus títulos, lembrando suas histórias, analisando o que cada um me ensinou. me trouxe de novo. Houve os que me obriguei a ler, apenas para não me sentir derrotada; houve os que devorei; os de páginas perfumadas; os simples, porém profundos; há os de cabeceira; os engraçados; os que me fizeram chorar; os retóricos; os demagógicos; os ideológicos; houve os que li ao mesmo tempo; os que duraram apenas uma madrugada; e houve as bíblias. Há pessoas que nunca aprenderam a ler, não conheceram outros mundos, outras formas de pensar, não ousaram. Conheço algumas que afirmam não precisar, dizem viver bem, dizem que bastam as orelhas de um livro ou outro; pode ser que elas sejam felizes a maneira delas. Eu não conseguiria viver assim. Quero ler livros em todos os idiomas, com páginas de todas as cores, de vários autores, tempos, contextos; quero fotos coloridas e em preto e branco, livros de artes, música, política e cinema; quero livros que me façam imaginar as coisas mais inimagináveis e confrontar meus próprios eus, muitas vezes, infinitas vezes. Quero livros, todos os livros do mundo!
Francine Hellmann

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

velha e doce melodia...

o amor é sem tamanho, sem peso nem medidas, é adaptável a cada centímetro de nós, nos invade a cada inspiração, e tem o poder de expulsar as coisas feias de nós a cada expiração.
não se mede o amor, simplesmente o amor é sublime, é mágico, não tem explicação. o amor é aquilo que nos faz sentir únicos, que nos faz adormecer como anjos, e acordar como se todas as manhãs tivessem o sol leve e o frescor da primavera. o amor é olhar para alguém e ter a certeza que tudo que acontecer vai ser mais leve ou menos pesado. esse é o amor que existe, que ninguém inventa, é o que acontece naturalmente, o que muitos podem ver, mas que poucos verdadeiramente sentem.
SA

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Abrace!

Sabe quando uma pessoa parece carregar o peso do mundo nas costas?
Um abraço pode aliviar metade deste peso.
Um simples abraço: tira-nos o peso da alma, cura feridas instantâneas, alivia dores intensas, não custa nada e é imensamente aconchegante.
Ofereça um abraço e seu dia será leve e pleno. SA

terça-feira, 16 de agosto de 2011

felicidade (in)determinada

neste momento de total harmonia, felicidade e paz, vou tentar congelar por um tempo esta sensação de ser intensamente o eu otimista. vou calar e observar. talvez fale pouco, mas vou ouvir ainda mais e reinventar novas palavras. não sei quanto tempo pode durar, um longo sermão de aprendizagem ou um curto segundo de euforia. vou esperar pelas novas sensações, novas cores, novos balbucios. como é inspirante a felicidade. SA

terça-feira, 2 de agosto de 2011

som e silêncio

desconheço
meu eixo, me distorço.
encontro
seu ponto, no primeiro instante.
adormeço
findando qualquer desencontro.
desperto
em silêncio e fujo.
mas volto
e percorro
o mesmo contorno,
com o mesmo encanto.
SA

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A minha próxima vida.

Na minha próxima vida quero vivê-la de trás pra frente.
Começar morto para despachar logo esse assunto.
Depois acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a aposentadoria e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar por 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo, e depois estar pronto para o secundário e para o primário, antes de virar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí viro um bebê inocente até nascer. Por fim, passo 9 meses flutuando num SPA de luxo com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e espaço maior dia a dia, e depois
- Voilà! - desapareço num orgasmo.....
"Woody Allen"

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Introspecção

Quando me dirijo ao mundo interior, não é para escapar do barulho incessante das ações, das exigências e confusões dos outros. Não é para alienar-me dos acontecimentos e das pessoas. É para fertilizar o solo interno, onde todas as minhas virtudes e poderes podem brotar, crescer e desabrochar. Quando estou bem alimentado por dentro, não me torno um mendigo do amor ou de respeito, porque sei ser meu próprio amigo e amigo dos outros.
{Ken O´Donnell, Lições para uma Vida Plena}

terça-feira, 7 de junho de 2011

de(li)cada melodia

se eu fosse feliz seria poeta
mas sou de uma felicidade discreta
e de melancolia sou repleta
sou a mente que alimenta a folha vazia
se fosse ao menos poesia
no meu peito triste só morava alegria
já não sou com dantes era
não sou bela
nem mesmo tenho delicadeza singela
se fosse poeta me escondia nas virgulas
e fugia nos pontos finais
se fosse poesia seria vistosa
até a dor pareceria espantosa
como nunca fui poeta
e de poesia sou vazia
poderia ser melodia
e acompanhar o poeta até dar som a poesia
nunca serei poeta nem poesia
mas vou deixar de ser vazia
e transformar em melodia
toda minha melancolia.
SA

sexta-feira, 27 de maio de 2011

(cri) aturas

é um sentir que atormenta
que tu sabes o que é
mas não percebes porque acontece
desabrocha quando menos esperas
e murcha quando começas a entender
desaparece e nem percebes
e regressa intensamente
a te lembrar da dor de se ser
e quando pensas em esquecer
aí sim que faz doer
só sente quem é
não desejas
nem procuras
apenas existe e perdura
a dor de ser criatura
SA

domingo, 1 de maio de 2011

nossas palavras

nossas palavras. caladas se enroscam. suaves se encaixam. palavras as nossas. que doem. que curam. essas palavras que queimam por dentro. definem o momento. aquelas palavras guardadas na mente. soltas nos olhos. palavras as minhas, que a você se rendem. suas palavras, que a mim surpreendem. as primeiras palavras. as que ainda se repetem. tantas palavras ao corpo aquecem. últimas e difusas. derradeiras palavras, que regogizam. e depois adormecem. palavras que traduzem. um ao outro seduzem. que gritam ao silêncio. palavras únicas...nossas palavras. silenciosamente cantadas. duplamente encantadas. SA

domingo, 24 de abril de 2011

Dispersão


"Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim."
{Mário de Sá Carneiro}

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Revigorar

Ninguém aprende a viver pela experiência alheia;
a vida seria ainda mais triste se, ao começarmos a viver,
já soubéssemos que viveríamos apenas para renovar
a dor dos que viveram antes.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Céu de Primavera

Em busca das boas lembranças me encontrei naquelas primaveras passadas, onde sol invadia cedo as janelas do quarto.Dormíamos todos, meninas e meninos, naquela mistura que até parecia ser eterna. No fundo sentíamos que os anos passariam num piscar de olhos, e só hoje percebemos isso. Sugamos cada segundo dos dias, desde o nascer do sol delicado da primavera, até o adormecer a olhar para as estrelas. A última a ser fixada seria a estrela a embalar os nossos sonhos infantis. Todas as manhãs, a cada raio de sol que surgia a tocar as cortinas bordadas, a cada cheiro do café, da manteiga derretida no pão quentinho, nesses bons momentos percebíamos que as estrelas que nos enfeitavam as noites com sonhos um dia seriam as mesmas que carregariam nosso corações de saudades. Aquele sol nos banhava de luz, e não existia pressa para nada. As árvores nos abraçavam com suas sombras, e as flores nos alegravam com os melhores perfumes, nossas brigas fraternas eram tão rápidas quanto nossas reconciliações. O importante era não ter pressa para fazer as boas coisas, e as coisas más, bem destas nos livrávamos rapidamente. Era uma sabedoria delicada, uma liberdade aproveitada, foram sentimentos divididos, cicatrizes que não permitíamos ficarem profundas, tipos de ser e sentir que só nós entendíamos, alheios a tudo, num mundo que hoje seria conto infantil. Éramos como uma pulseira de contas, o fio principal se rompeu e as contas se espalharam por um mundo muito diferente daquele, onde o sol de primavera já não nasce quando devia, as flores mudaram de cores, e as árvores que nos abraçavam ficam muito distante de nós. E quando raramente nos vemos nossos corações procuram em vão a corrente, mas nossos olhares ser cruzam e sabem que cada conta foi deixada num rio diferente, ainda levará muito tempo para que todas se encontrem no mar. Nos reencontros poucas são as palavras, por opção, deixamos que as estrelas reinventem os sonhos para que a cada amanhecer o sol possa realizar ou simplesmente saudar. SA

terça-feira, 12 de abril de 2011

E viver dói.

existem lacunas no viver, que a vida nunca será capaz de mostrar a vida é uma preciosidade, mas quando somos presenteados com tamanho tesouro perdemos o equilíbrio assim que percebemos que nossa ela nunca vai ser


e não é saber que ela tem um fim que nos faz enlouquecidos e sim percebermos que talvez nem no fim saberemos dela aquilo que há para entender


SA

domingo, 10 de abril de 2011

Cor-agem

Coragem é levantar da cama todos os dias, mesmo sabendo que seria infinitamente melhor ficar ali.

domingo, 27 de março de 2011

Sób-ria.

eram apenas pensamentos negros, que passariam, disse ele

mal sabe ele que tais pensamentos são dominantes

pensamentos brancos é que passam e toda aquela conversa e abraços acolhedores eram apenas circunstanciais

pareciam embebedar e deixar a alma alguns bons centímetros longe do corpo

mas era este efeito passar e toda aquela negritude voltar

latente e gigante como aquelas chuvas torrenciais

que nos remete a amargas lembranças e vai se embora levando encaixotados detalhes ruins de nós mas volta sempre com as caixas molhadas, desfeita...

expondo todas aquelas feridas desfazendo cicatrizes,

e espalhando o sangue espesso em volta de nós

não é fácil ser dominado por pensamentos,

o natural seria domá-los ou ao menos ter a capacidade de encaixotá-los

com caixas maciças e lacradas e neste espaços de sobriedade reconfortante

pode-se viajar por dentro de nós de um nós fresco e desinteressado,

este que deveria acordar e dormir delegando as funções vitais,

mas existe muito mais que cabeça, tronco e membros,

a maior de todas as partes a parte dominante que nos ocultaram: o pensamento

este ser que é o dono de nós,

e que temos que descobrir, conhecer, desvendar e conviver

duramente dias e dias, horas e horas, e a cada segundo

sentir ele a martelar a essência e colorir o que quer, ou descolorir o que não queremos

e a luta constante na verdade não era com o mundo lá fora

levamos tempo a perceber, e ainda mais tempo a nos convencer

que a vida é bem mais que viver, muito mais que vencer... o segredo é guardar nos bolsos as boas coisas

aquelas que encontramos espalhados na sobriedade

trazer tudo e sair espalhando sempre que podemos

e não permitir que nas horas negras seja fechado o caminho

para o frescor de sermos nós mesmos.

SA

sábado, 26 de março de 2011

reflet-ir

uma pequena semente ruim plantada hoje
será uma gigantesca árvore em nosso caminho amanhã
SA

terça-feira, 22 de março de 2011

pensamento = palavras caladas

por vezes são precisas tanta horas para explicar um pensamento
embora existam palavras, o tempo é curto
conseguimos pensar uma vida em um segundo apenas
mas nossas palavras são lentas e em alguns casos desnecessárias
SA

quinta-feira, 17 de março de 2011

sorte-ando

por muitas vezes eu não quero que o amanhã chegue, não por medo ou coisa assim, apenas porque acho desnecessário
esperar tanto por uma coisa que nunca virá...
que eu permaneça neste eterno hoje
e encontre sempre um novo suspiro de sorte
SA

segunda-feira, 7 de março de 2011

nova estação

começando pelas pequenas coisas
vendo diferenças nos pequenos detalhes
como a primavera ressurgindo suavemente após o gélido inverno
de repente volta a sentir aquela saborosa felicidade
e todos os nebulosos pensamentos, até mesmos os mais dolorosos
vão se embora lentamente, e quem sabe definitivamente
assim eu espero
SA

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Incurável(mente)!

em alguns instantes minha consciência se vê invadida por um estranho desejo,
que pode parecer controverso: manter a consciência e o desejo algemados.
consciência e desejo num único caminho sem sufocamentos.
com uma pequena distância da corrente que separa as duas argolas,
mantendo desejo e consciência circularmente envoltos e singulares,
unidos mas não grudados, juntos mas não iguais
cada qual com sua particularidade, portanto atitudes simultâneamente traçadas.
a mim, me parece que teria uma bela ciranda marcada com o fecho das algemas,
mas tal pensamento acaba por vir pela mistura insana daquilo que sou e do que tenho.
tenho consciência que sou mais desejo que consciência
tenho desejo de ser mais consciência do que desejo
não existiria em mim algo tão equilibrado entre o desejo e a consciência,
simplesmente porque equilíbrio requer muita prática, que requer paciência...
paciência, recordo do nome, porém o conteúdo me foge sempre que me esforço por lembrar...
e volto sempre ao mesmo de mim, o que existe de incurável
em mim existe nem pouco, nem mais do que querer o que não é possível:
ser consciente dos desejos e ter desejos conscientes.
apenas sou assim bem humanamente imperfeita, desejando ser melhor e consciente de que ainda serei pior!
SA

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Lágrimas Ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Senti(mental)

No labirinto profundo que sou eu
existem portas camufladas pelas folhagens,
portas conhecidas apenas por aqueles a quem eu decidir dar a chave
e também aqueles que conseguem a chave mestra e quando vejo estão lá
em alguns momentos existem cantos sem saída onde fico presa
mesmo solitária, mas é quando me gosto mais,
se distante da multidão pareço triste, não sou, pode ser libertador
não gosto muito das misturas que a maioria pinta
gosto de escolher meus próprios temperos
de bagunçar minha própria vida
ou de colocar tudo em ordem
ora crescente ora decrescente,
ou então simplesmente sem ordem aparente
minhas palavras as vezes ficam emaranhas
ou arranjadas numa estante perfeitamente acessível
do meu jeito, o meu invento
e quando pareço feliz é real
não estou aqui para atuações
eu alinho de acordo com os sentidos
e transformo ideias em sentimentos
corro pela vida, pesquiso sentidos, atitudes e ideias
mas na verdade estou pesquisando um todo
para descobrir a mim mesma
para sentir o que é tomar a atitude de ter as próprias ideias
e naquilo que nem sabia ter cor
descubro sublime amor
no lugar que mais me escondo e onde estou a mostra
capto novos sons, misturo outros tons
por vezes me torno solúvel
posso até parecer muito discreta
na minha caixinha secreta
essência abstrata...SA

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Calmar-ia...

"Hoje eu quero paz de criança dormindo, quero abandono de flores se abrindo para enfeitar a noite do meu bem" . (Dolores Duran)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

(Aprisio) Nada!

"Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por que dentro eu sempre me persegui.
Eu me tornei intolerável para mim mesma."
BlogBlogs.Com.Br