Há mais de seis meses que não se encontravam, não porque eram ocupados demais, ou porque se amavam de menos. Não se viam com frequência desejada por puro desleixo, porque um tinha a certeza que o outro estava bem e já bastava.
Numa manhã quente de fim de Novembro, ela foi acordada para saber o que mudaria sua vida dali para frente: seu querido irmão se fora, já não se encontrariam mais, não mais com alegria e abraços apertados.
Ele havia sofrido um terrível acidente, que o tirou para sempre dela e de todos os familiares. Coincidência ou não, naquela noite trágica, ela havia sonhado com ele e não tinha sido um sonho bom. Percebeu ali, logo ao despertar, que esta foi a primeira péssima notícia de sua vida, tudo antes disso deixou ser importante.
Ficou desnorteada, fraca, sem reação, não podia ser, devia ser engano, desconhecidos a dizerem que ele se foi, essas pessoas não sabiam e nem sequer eram capazes de imaginar o peso daquelas palavras. Ouviu tudo aquilo como se fosse um zumbido, e desejava que nos próximos segundos palavras claras fossem ditas, sim porque não suportaria nem sequer mais um minuto essa dor.
A dor só foi aumentando, e os segundos se transformaram em minutos seguidos de horas, sim era real! Ela não sabia como, mas teria que aceitar e conviver com isso.
Todas as lembranças deles vieram imediatamente na memória, mais pareciam filme antigo. Lutou com sua mente para manter recordações dele vivo: a voz, o sorriso, o cheiro, tudo dele vivo nela, teve um medo imenso de se esquecer dele.
Sofre a pensar nos beijos e abraços não dados, nas palavras não ditas, nas atitudes mal entendidas, e chora ainda mais por não se lembrar de uma única vez ter dito a ele o quanto o amava e o quanto ele era importante para ela. Embora no fundo entenda que ela já sabia disso.
O caminho até o último adeus foi longo e doloroso. Passava por lugares conhecidos que naquele momento deixaram de ter significado. Não via ninguém, nada importava, não naquele momento, a única coisa que conseguia ouvir com clareza era o próprio choro desesperado. Em meio ao pranto parecia que toda a vida não tinha passado de sonho.
Dentro do carro ela tinha um olhar perdido, pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo. Era uma confusão de ideias e sentimentos.
Foi a primeira vez que a morte cruzou o seu caminho, levou inesperadamente um dos seus. Pensa que é mesmo assim quando menos se espera acontece, não existe remédio para esta dor, apenas o conformismo.
Por muito tempo teve a imagem dele inerte a encher sua cabeça de dúvidas e olhos de lágrimas. Conseguiu com muito esforço apagar esta imagem mórbida e mantê-lo vivo, com a imagem do sorriso bonito que ele sempre teve.
Passado um tempo seria até capaz de rir lembrando de situações felizes compartilhadas em família. E o tempo passou depressa, os olhos dela não negam que ainda chora calada ao revê-lo de alguma maneira num desconhecido na rua, ou num personagem de livro, numa letra de música, em muitos lugares, pois o carrega no coração.
Ela sofreu muito com a partida dele, e aprendeu muitas coisas também, a vida passou a ter outra face e a morte deixou de ser um medo.
Para ela viver ao lado dele foi um sonho bom. Um sonho com um jardim florido e farto de belezas, e quando acordou decidiu apagar tudo que dói e guardar o perfume que só ela consegue sentir.
Viveram boas coisas juntos, muitas mais do que ela lembra, o tempo apaga as lembranças por isso decidiu guardar o perfume.
Brincaram, brigaram, choraram, cantaram, dançaram, trocaram segredos, entre todas as coisas que os irmãos fazem juntos. Muitas luas foram testemunhas das suas diversões noturnas.
Ela respira profundamente e conclui que irmãos são para crescer juntos, por isso é muito triste aceitar que irmãos se vão.
Ela amadureceu e apesar de lamentar essa dura partida, pensa que tem ainda pessoas que precisam dela por perto. Segue o resto de sua vida, e com a marca fraterna as vezes a apertar o peito.
Ele foi embora, nunca mais voltará. Nunca mais é a coisa mais dura de se ouvir. Ainda com uma agonia latente percebe que ele ficou preso no sonho e que sentirá para sempre a falta dele, e para sempre também é difícil de ouvir.
Assume um jeito realista de encarar as coisas para sobreviver a todas as outras perdas que estão por vir.
E carrega consigo o menino dourado, seu irmão querido, que foi cedo e ainda hoje passeia em seu sonho, como uma andorinha que vem e que vai, em qualquer noite de qualquer estação.
Numa manhã quente de fim de Novembro, ela foi acordada para saber o que mudaria sua vida dali para frente: seu querido irmão se fora, já não se encontrariam mais, não mais com alegria e abraços apertados.
Ele havia sofrido um terrível acidente, que o tirou para sempre dela e de todos os familiares. Coincidência ou não, naquela noite trágica, ela havia sonhado com ele e não tinha sido um sonho bom. Percebeu ali, logo ao despertar, que esta foi a primeira péssima notícia de sua vida, tudo antes disso deixou ser importante.
Ficou desnorteada, fraca, sem reação, não podia ser, devia ser engano, desconhecidos a dizerem que ele se foi, essas pessoas não sabiam e nem sequer eram capazes de imaginar o peso daquelas palavras. Ouviu tudo aquilo como se fosse um zumbido, e desejava que nos próximos segundos palavras claras fossem ditas, sim porque não suportaria nem sequer mais um minuto essa dor.
A dor só foi aumentando, e os segundos se transformaram em minutos seguidos de horas, sim era real! Ela não sabia como, mas teria que aceitar e conviver com isso.
Todas as lembranças deles vieram imediatamente na memória, mais pareciam filme antigo. Lutou com sua mente para manter recordações dele vivo: a voz, o sorriso, o cheiro, tudo dele vivo nela, teve um medo imenso de se esquecer dele.
Sofre a pensar nos beijos e abraços não dados, nas palavras não ditas, nas atitudes mal entendidas, e chora ainda mais por não se lembrar de uma única vez ter dito a ele o quanto o amava e o quanto ele era importante para ela. Embora no fundo entenda que ela já sabia disso.
O caminho até o último adeus foi longo e doloroso. Passava por lugares conhecidos que naquele momento deixaram de ter significado. Não via ninguém, nada importava, não naquele momento, a única coisa que conseguia ouvir com clareza era o próprio choro desesperado. Em meio ao pranto parecia que toda a vida não tinha passado de sonho.
Dentro do carro ela tinha um olhar perdido, pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo. Era uma confusão de ideias e sentimentos.
Foi a primeira vez que a morte cruzou o seu caminho, levou inesperadamente um dos seus. Pensa que é mesmo assim quando menos se espera acontece, não existe remédio para esta dor, apenas o conformismo.
Por muito tempo teve a imagem dele inerte a encher sua cabeça de dúvidas e olhos de lágrimas. Conseguiu com muito esforço apagar esta imagem mórbida e mantê-lo vivo, com a imagem do sorriso bonito que ele sempre teve.
Passado um tempo seria até capaz de rir lembrando de situações felizes compartilhadas em família. E o tempo passou depressa, os olhos dela não negam que ainda chora calada ao revê-lo de alguma maneira num desconhecido na rua, ou num personagem de livro, numa letra de música, em muitos lugares, pois o carrega no coração.
Ela sofreu muito com a partida dele, e aprendeu muitas coisas também, a vida passou a ter outra face e a morte deixou de ser um medo.
Para ela viver ao lado dele foi um sonho bom. Um sonho com um jardim florido e farto de belezas, e quando acordou decidiu apagar tudo que dói e guardar o perfume que só ela consegue sentir.
Viveram boas coisas juntos, muitas mais do que ela lembra, o tempo apaga as lembranças por isso decidiu guardar o perfume.
Brincaram, brigaram, choraram, cantaram, dançaram, trocaram segredos, entre todas as coisas que os irmãos fazem juntos. Muitas luas foram testemunhas das suas diversões noturnas.
Ela respira profundamente e conclui que irmãos são para crescer juntos, por isso é muito triste aceitar que irmãos se vão.
Ela amadureceu e apesar de lamentar essa dura partida, pensa que tem ainda pessoas que precisam dela por perto. Segue o resto de sua vida, e com a marca fraterna as vezes a apertar o peito.
Ele foi embora, nunca mais voltará. Nunca mais é a coisa mais dura de se ouvir. Ainda com uma agonia latente percebe que ele ficou preso no sonho e que sentirá para sempre a falta dele, e para sempre também é difícil de ouvir.
Assume um jeito realista de encarar as coisas para sobreviver a todas as outras perdas que estão por vir.
E carrega consigo o menino dourado, seu irmão querido, que foi cedo e ainda hoje passeia em seu sonho, como uma andorinha que vem e que vai, em qualquer noite de qualquer estação.
Amiga, não sei se é apenas uma história, ou se é a sua história, no entanto sei que o é o "nunca mais", e sei como doi. O tempo encarrega-se de fazer desaparecer essa dor tão terrível que se se sente no inicio, mas nunca passa realmente, porém vai dando lugar a lembranças bonitas... E mais importante que tudo é que mesmo já não estando espacialmente presentes, continuam sempre vivos no nosso coração. Aquele beijo especial de todososdias.
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