domingo, 14 de março de 2010

suaves dilemas

No carro (parte II)
-Somos felizes?
Ele todo com segurança típica:
-defina felicidade.
-Eu não defina tu, eu perguntei primeiro.
Ele fica em silêncio um curto espaço de tempo, e diz:
- felicidade é cada ato que tomamos em prol de nós mesmos, felicidade dura pouco mas é intenso e inesquecível. Cada pequena coisa que conquistamos, mesmo as materiais, naquele momento é a felicidade, depois passa e queremos ser mais e ter mais felicidade. Felicidade é busca constante, quando paramos por um momento e não buscamos nada, olhamos para tudo que temos, e por tudo que lutamos e vemos todos os atos em prol da felicidade e aí é uma felicidade imensa.
-Então este carro é nossa felicidade?
-sim, até que o tempo passe e desejamos outro, ele é enquanto isso nossa felicidade. Felicidade é a mistura de pequenas alegrias, é a nossa atitude que dá somente consequências boas.
-Então nós somos felizes?
-até que ficamos tristes, antes disso e depois disso, somos felizes demais.
Ela olha para ele com grande admiração e pensa que ele é a maior felicidade. Pergunta então:
-Você está feliz?
Ele olha para ela e apenas diz:
-já falamos sobre isso.
Ela sorri, um riso suave e doce...
Ele responde com outro sorriso, e segue o caminho de sempre, para o refúgio de sempre, com a companhia de sempre, e por enquanto a felicidade de sempre.
Sara Almeida

4 comentários:

  1. Bom dia Sara,

    É interessante que lembrei-me da Flávia Escarlate lendo o diálogo que você postou, porque ela até preparou um post bastante teórico versando sobre o tema felicidade.

    Eu costumo salientar que a felicidade não existe sendo apenas um sentido direcional. Felicidade nunca será um ponto de chegada. Felicidade, nada mais é do que poder viver o presente com alegria, recebê-lo com alegria. É trilhar o caminho que presponta só para todas as alegrias, para o inalcansável, para a Utopia. Felicidade é fazer como tens feito, viver o seu presente, o seu caminho, onde definitivamente só você chegou e chegará.

    Felicidade -para algumas pessoas- trata-se de um sentimento egoísta, onde a pessoa só quer para si e não sabe dividir, vivendo as alegrias da forma como acredita que sente como sendo boa para si próprio, sem enxergar quem está ao lado.

    Mas, sempre viveremos pela consideração da média aritmética, passando sempre a régua entre tristezas e alegrias, porque qualquer tristeza vivida é também importantissíma para um bom delineamento das alegrias.

    As alegrias duram pouco, e as vezes nem existem, caso não sejam trabalhadas no momento oportuno em que se vive. E muitas vezes trata-se de coisas simples, tal como usar meias de lã nos pés em dias frios, degustar um bom vinho aos pés de uma lareira, cantar bem baixinho no ouvido da amado(a), e lembrar que até podemos fazer uma festa sem dinheiro, mas não sem amigos. rsr

    Cumprimentos Sara.

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  2. Pois sim Lis a Flávia definiu bem a felicidade nas pinceladas vermelhas dela, e no universo da escrita a gente acaba se repetindo, e a repetição acaba por ser diferente uma da outra...

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  3. Decerto não há como se ter de uma montanha a mesma visão. Há quem esteja neste momento vendo-a de longe, há quem esteja no sopé, no meio, ou quem sabe no cume. Toda e qualquer visão estará sempre correta, por depender da posição em que estamos observando-a. E há quem até consegue colocar-se na posição da própria montanha... Privilegiados...

    A Montanha.
    -Olavo Bilac-

    Calma, entre os ventos, em lufadas cheias
    De um vago sussurrar de ladainha,
    Sacerdotisa em prece, o vulto alteias
    Do vale, quando a noite se avizinha:

    Rezas sobre os desertos e as areias,
    Sobre as florestas e a amplidão marinha;
    E, ajoelhadas, rodeiam-te as aldeias,
    Mudas servas aos pés de uma rainha.

    Ardes, num holocausto de ternura...
    E abres, piedosa, a solidão bravia
    Para as águias e as nuvens, a acolhê-las;

    E invades, como um sonho, a imensa altura,
    - Ultima a receber o adeus do dia,
    Primeira a ter a bênção das estrelas!

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  4. O que seria da felicidade sem a tristeza para valorizá-la?

    Acho que nada.

    Bjs felizes!

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