sexta-feira, 19 de março de 2010

pozinho mágico

Ali bem ao pé de mim a felicidade escancarada, como se me convidasse a um passeio eterno.
Não sou criança sei bem que nada é eterno, mas entreguei aquele dia, aquela hora, aquele momento e segui a aventureira felicidade.
Descobri coisas inimagináveis, irrepetíveis. A maioria das pessoas normais não entenderia, só as loucas, sonhadoras e sentimentais como eu. Porque cada vez que a felicidade vem é a mesma e é diferente.
As vezes parecíamos voar, aliás tinha tanta certeza de estar no ar, quando olhava para baixo sentia pena de quem lá estava.
Sentia até uma certa culpa sabe, por estar assim em êxtase, mas eu tive coragem e então merecia gozar cada segundo ao lado da felicidade.
Não pude ficar por lá muito tempo, ela seguiu sozinha, foi capturar alguma nova criatura tão aberta a aventura quanto eu.
Eu que estava bem cansada não seguia aquele ritmo por muito tempo, já ia tudo virando rotina.
Mas fui ardilosa, e fiz um pacto com esta tão cobiçada felicidade. Concordamos bem que de tempos em tempos ela me visitaria e eu simplesmente me entregaria sem hesitar.
Viesse ela como fosse, colorida ou não, em forma de sentimento ou direção, eu simplesmente pegaria em sua mão e flutuaria sem direito a sim ou não.
E assim tem acontecido, quando menos espero, ela vem resplandecente, entra pela janela, ou abre a porta aos gritos, assim sem me avisar de antemão, só sei que é ela quando já não tenho os pés no chão.
E me entrego, aos sorrisos e lágrimas de alegria, consciente que não tem luz no mundo capaz de acender a vida uma vez apagada, pois a vida é assim como um pozinho mágico que quando menos esperamos acabou. Enquanto a luz brilha a felicidade pode aparecer ao menos um segundo, em qualquer lugar do mundo, é só deixar ela entrar e voar!
Sara Almeida

3 comentários:

  1. Ao ler seu texto Sarinha
    lembrei-me desta canção:

    Felicidade é uma cidade pequenina
    É uma casinha, uma colina
    Qualquer lugar que se ilumina
    Quando a gente quer amar

    Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
    Fazer menino ou menina, edifício e maracá
    Virtude e vício, liberdade e precipício
    Fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar
    Se a vida fosse o meu desejo
    Dar um beijo em teu sorriso sem cansaço
    E o portão do paraíso é teu abraço
    Quando a fábrica apitar

    (*) repete

    Numa paisagem entre o pão e a poesia
    Entre o quero e o não queria, entre a terra e o luar
    Não é na guerra, nem saudade nem futuro
    É o amor no pé do muro, sem ninguém policiar
    É a faculdade de sonhar, é a poesia
    Que principia quando eu paro de pensar
    Pensar na luta desigual, na força bruta, meu amor
    Quem te maltrata entre o almoço e o jantar

    (*) repete

    Um lindo espaço entre a fruta e o caroço
    Quando explode é um alvoroço que distrai o teu olhar
    É a natureza onde eu pareço metade
    Da tua mesma vontade escondida em outro olhar
    E como o doce não esquece a tamarinda
    Essa beleza só finda quando a outra começar
    Vai ser bem feito o nosso amor daquele jeito
    Nesse dia é feriado, não precisa trabalhar

    (Ai destino)

    Pra não dizer que eu não falei da fantasia
    Que acaricia o pensamento popular
    O amor que fica entre a fala e a tua boca
    Nem a palavra mais louca consegue significar
    Felicidade


    BOM DIA!!!

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  2. Obs: O nome da canção é Pão e Poesia.
    http://www.youtube.com/watch?v=Di3U6tZ7O9E

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  3. Aaah, eu lembrei da Sininho, do Peter Pan...

    Quantas noites eu esperei acordado que aparecesse uma fada daquela pra me jogar um pó mágico que me fizesse voar...

    Bjs!

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