Estava eu a ouvir Esquadros de Adriana Calcanhoto, quando lembrei-me de uma sugestão da minha amiga Flávia Escarlate do cantinho encarnado, encantador e inteligente da blogosfera.
Num dos textos que postei falava sobre meu gosto pela música, a Flávia incitou me escrever sobre a música que marcou minha vida e porque. Pensei, e porque não postar esquadros que é uma música que ouço muito e que descobri aos meus treze anos, desde então pulo de janela em janela a prestar atenção nas cores, e nas dores das pessoas.
Vivia eu na minha janela dos treze anos, insatisfeita com as mudanças físicas e psicológicas, típicas de uma menina curiosa e as vezes mal criada, além de todos os problemas tinha o infeliz fato de ter um problema de saúde e estar num hospital. Divertia aquela gente toda, e ninguém divertia a mim.
Lembro me de ouvir a música e me sentir a própria música, vendo o mundo no escuro dos quartos do hospital a noite, e descobrindo um mundo, bem diferente de tudo que conhecia.
Daquela janela para esta que hoje estou existem dois lados, muito mudou e muito continua igual. Ainda olho pelas janelas, observo gente, e descubro mais de mim. De lá para cá descobri que escapes como escrever, pintar, ver filmes, ouvir músicas, não substituem as voltas pelas janelas do mundo. Não é possível ficar o tempo todo na janela, é preciso usar as portas.
Coisas mudam e situações permanecem, os meninos que têm fome são agora pais de meninos com mais fome. Também tenho minha fome, e poucos amigos.
Ainda grita ali bem no fundo a pergunta: quem é ela? Quem é ela?
Tem muita coisa nas caixas quadradas lacradas, muito a perceber.
E aquela que sou corre para quê? Corre para onde?
As janelas não trazem respostas. A vida parece um quadro, daqueles que a gente nunca encontra a moldura certa, as cores são tiradas ou acrescentadas, e a moldura fica sempre imperfeita.
Num dos textos que postei falava sobre meu gosto pela música, a Flávia incitou me escrever sobre a música que marcou minha vida e porque. Pensei, e porque não postar esquadros que é uma música que ouço muito e que descobri aos meus treze anos, desde então pulo de janela em janela a prestar atenção nas cores, e nas dores das pessoas.
Vivia eu na minha janela dos treze anos, insatisfeita com as mudanças físicas e psicológicas, típicas de uma menina curiosa e as vezes mal criada, além de todos os problemas tinha o infeliz fato de ter um problema de saúde e estar num hospital. Divertia aquela gente toda, e ninguém divertia a mim.
Lembro me de ouvir a música e me sentir a própria música, vendo o mundo no escuro dos quartos do hospital a noite, e descobrindo um mundo, bem diferente de tudo que conhecia.
Daquela janela para esta que hoje estou existem dois lados, muito mudou e muito continua igual. Ainda olho pelas janelas, observo gente, e descubro mais de mim. De lá para cá descobri que escapes como escrever, pintar, ver filmes, ouvir músicas, não substituem as voltas pelas janelas do mundo. Não é possível ficar o tempo todo na janela, é preciso usar as portas.
Coisas mudam e situações permanecem, os meninos que têm fome são agora pais de meninos com mais fome. Também tenho minha fome, e poucos amigos.
Ainda grita ali bem no fundo a pergunta: quem é ela? Quem é ela?
Tem muita coisa nas caixas quadradas lacradas, muito a perceber.
E aquela que sou corre para quê? Corre para onde?
As janelas não trazem respostas. A vida parece um quadro, daqueles que a gente nunca encontra a moldura certa, as cores são tiradas ou acrescentadas, e a moldura fica sempre imperfeita.
Mas continuo olhando, buscando e colorindo, pela janela…
Sara Almeida
Querida amiga Sara, confesso que me emocionei agora com sua postagem. Não somente pela citação a meu respeito e do Escarlate, mas principalmente pela sua história pincelada, música crifrada em tão belas palavras escritas.
ResponderEliminarA música pareceu - enquanto a lia - realmente encaixar-se em sua vida, como se tivesse sido escrita por você.
É verdade, é preciso usar as portas - tanto quanto saber admirar pelas janelas da vida. São tantas (ambas)!
Tens um dom. Já havia me dado conta disso há algum tempo. Espero que um dia vc possa - além de "olhar, buscar e colorir" nessa janelinha tão meiga e verdadeira que é o Essência Abstrata - abrir inúmeras portas para que outros universos (além dos bloguísticos) a conheçam como, felizmente, tive a oportunidade de fazer.
beijos escarlates!
Platão afirmou que buscar e aprender, na realidade, não são mais do que recordar. Deve ser real quando voltamos no tempo e conseguimos entrar numa recordação que nos traz uma lição ao nosso presente. Uma boa forma de arquivo pessoal-útil presente em nosso computador de bordo.
ResponderEliminarBoa semana.
...sim, olhar sempre da janela é pouco, melhor sair pela porta em busca de tudo, alegria, amigos, felicidade, flores, ventos e chuvas...
ResponderEliminarbeijos!
Ual!
ResponderEliminarVocê fez um merguho muito bonito no eceano que é essa obra.
Muito bom mesmo.
Bjs!
O tempo passa e nem tudo fica, disse uma vez um poeta. É muito bom passar aqui e ler as suas palavras, deixam os dias mais coloridos.
ResponderEliminarP.S - Obrigado por externar sua preocupação para comigo, muito obrigado mesmo. Abraços.