quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

pequenos dilemas

No carro (parte I)
-Descobri a vocação da minha vida.
-ai ai, e o que será desta vez?
Ela responde com grande satisfação:
-Quero ser radialista!
-hahahahaha.
Um longo silêncio toma conta do espaço.
-Porque não poderia ser radialista? Quero falar para as pessoas ouvirem, adoro falar!
-não dá amor, você tem a voz estridente demais, a sério radialista não pode ser.
Ela, tristemente responde:
-Mataste meu sonho no momento do nascimento. Você é que não é bom ouvinte.
-desculpe lá, não era isso, mas já ouviste com atenção a voz das radialistas?
-Sim, e depois?
-são vozes gostosas de se ouvir.
Como se ser radialista fosse só isso.
-Ah, eu posso ir a fonologia e ficar afinadinha, tudo tem jeito, não achas?
-esquece isso, você pode ser uma outra coisa qualquer.
-Já sei posso ser muda daqui para frente!
-amor, amor, amor, não faz isso, fala comigo...
Ela cala pensativa, tenta perceber se tem essa voz enjoativa e nunca notou, sempre fala sem parar, fica triste a pensar que pode ter sido inconveniente o tempo todo. Olha triste para ele, já o desculpou mas ele não precisa saber.
Pelo caminho todo o único som que se ouve é a voz da radialista preferida, que não se cala para “abafar” a confusão.
E ele, numa tentativa de se redimir, tenta acarinhar os cabelos dela, ela ignora, olha pela janela do carro e até sorri escondida pensando que "era melhor quando a gente andava de bicicleta, rsrs".
Sara Almeida

3 comentários:

  1. Olá Sara...

    Aquelas cobranças, as que me refiro, são as que fazemos todos os dias de forma silênciosa dentro de nós mesmos sem nenhum tipo de estardalhaço. São cobranças sutis que nos são incutidas no começo da nossa infância de início por nossos tutores, e que se estendem devido a própria pressão da sociedade.

    Certamente, que muitas dessas cobranças são necessárias para que possamos pelo menos sobreviver na sociedade. Tipo: organizar-se, suprir-se, etc.

    Porém chega um ponto em que isso acaba por tornar-se uma verdadeira obsessão. É quando começa a nos fazer mal, e aos que nos cercam, pois a vida flui por si mesma quando cumprimos com os requisitos básicos, sem a necessidade de cobranças muitas vezes desnecessárias, que só acrescentam-nos stress.

    Mas vale logicamente o exercício de se concrentrar numa semana especifica para a prática séria do "sem cobrança alguma" tão free in the world quanto os pensamentos podem ser...

    E falando em pensamento, liberdade, natureza, lembrei-me que o principio do que é bom é como a fluência de um rio...

    O amor é como um rio.

    O amor é como um rio, que nasce transparente, cristalino, limpo, e percorre um leito sem destino, passando por caminhos sinuosos, por pedras, e que se torna estreito ou largo, frágil ou devastador. Que quando bem cuidado torna-se prazeroso, nos banha e mata a sede, mas quando mau tratado se torna ameaçador, nos contamina e mata a alma.

    O amor é como um rio, que resiste aos caminhos adversos, nos dá prazer e dor, em determinados pontos parece desaparecer, e em momentos se torna grande e admirável por aqueles que na sua ignorância desconhecem a sua profundidade.

    O amor é como um rio, que quando pequeno, não passará por todas as etapas naturais que lhe foram determinadas, e terminará desaguando em um rio verdadeiramente rio.

    O amor é como um rio, que quando grande, enfrenta as dificuldades encontradas com bravura, resiste ao sol e a chuva, e até mesmo aqueles que tentam o destruir, lhe poluindo e o contaminando, mas que como um rio verdadeiro, DEUS foi seu criador e lhe doa ao êxtase de sua vida, esteja limpo ou poluído, a nobreza mesmo em lama de mangue, gerando vida, e encontra a morte nos braços fortes e ricos de um belo oceano.

    ANTONIO PEDRO DE SOUZA.


    ps. Grato pelo comentário amiga Sara, e não esqueça de nunca desistir dos seus sonhos da mesma forma natural que eles acontecem quando você está dormindo. O amor é como um rio.

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  2. Nossos sonhos e escolhas sempre acabam ficando mais complicados no decorrer do tempo. Isso é desesperador em certos momentos da vida.

    Seu post me lembrou algumas músicas da banda Legião Urbana, pela qual tenho uma imensa admiração. Conhece? Se não, recomendo.

    Bjs!

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  3. Esqueci de mencionar...

    John Gray, autor do conecido best seller "Homens são de Marte Mulheres são de Vênus", salienta neste livro muitas das diferenças que existem entre homens e mulheres. Uma delas é de que a mulher gosta de conversar sem preocupação de chegar a uma conclusão, enquanto o homem é por demais conclusivo.

    Sei que até é muito normal enquanto a mulher está falando o homem perguntar querendo desfecho: E daí?... E aí?

    John Gray fazia terapia de casais, e quis escrever esse livro no intuito de ajudar a amenizar as diferenças entre casais. Ele próprio afirma que não oferece solução nas dificuldades de entendimento, apenas aponta o caminho...

    Uma boa pedida à dois.

    Boa semana Sara.

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