quinta-feira, 11 de março de 2010

aquela que sorri

A pior criatura
O pedaço do que não tem cura
O olhar insatisfeito
O toque em desespero
A última migalha
Viagem ao espaço sem escala
Mergulho no buraco negro
Um eterno desespero
Um pensar que não tem fim
Perdida dentro de si
Onde esta aquela
Que admirava aquarela
A menina doce de face terna
Afogou-se, tolheu a parede da hipocrisia
Guardou tudo numa sala fria
Não come, não bebe, não fala
Escuta, dorme e cala
Sofre de uma dor tremida
Acuada, alma arrulhada
Já não passa dos limites
Acumula sentimentos
Odeia gente, e sente, sente…
Quer soltar se das correntes
E então acreditar novamente
Antes disso mais um andar
Pela mente, suavemente
Deve estar por algures
Algum traço daquela
A que não teme a fera
A que voa, que ri e espera
Num canto qualquer
Estará a que antecede a dúvida
E começa a duvidar
Em algum canto desta mente
Deve estar escondida
Num lugar perto do mar
No frescor da brisa e no raio solar
Talvez até no campo dourado dos sonhos
Lá onde gente vale pouco
E se sente mais um pouco
Onde pensar não deixa louco
Só sendo esta e aquela
Para encarar tanta fera
E ser parte da esfera
Para ser, fazer, sentir e sorrir, sorrir e sorrir…
Sara Almeida

1 comentário:

  1. Dialética

    É claro que a vida é boa
    E a alegria, a única indizível emoção
    É claro que te acho linda
    Em ti bendigo o amor das coisas simples
    É claro que te amo
    E tenho tudo para ser feliz
    Mas acontece que eu sou triste...

    Vinícius de Moraes.

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