sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Vereda

tudo passou a flor que parecia bela murchou
O sol queima já não dá calor
a solidão doída agora é a melhor amiga
não importa mais o significado da vida
o impulso secreto é de estar num deserto
não fosse o beijo que mais teria de concreto
por isso segura-o como o próprio ar
todos os dias sentimentos são estraçalhados
retalhos de um ser da vida real
que de significado só encontra o sabor amargo da injustiça
o que parece verdade é falso e o contrário pode ser exato
e segue descompassados
sem itinerário
na trilha do acaso
a procura da antiga vereda
vê estranhos pelo caminho
busca a flor roubada e o calor agradável
com coração apertado
com a coragem de quem quer voltar a ver e sentir
e não só seguir por seguir
Sara Almeida

2 comentários:

  1. Acredito que já deve ter reparado no meu jeito brincalhão de ser. As vezes, na maioria das vezes, para ser "brincalhão" em uma certa altura, é preciso ter inteligência.

    Em verdade, conteúdo interno, e outros sentimentos, são como a brisa inexplicável que sentimos no rosto durante em passeio à beira mar numa noite de luar em plena estação de verão.

    O indefinível, assim como o indizível, existe. Está contido ou diria "guardado" na essência do seu inexplicável perfume...

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  2. Que bom que com você o ano passado terminou do mesmo jeito que este começa: com poesia.
    Feliz ano novo.

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