um lápis
papel
histórias ouvidas
letras inventadas
pessoas observadas
nascem vidas
morrem aparências
desaparecem pudores
novas personalidades
moldadas em cor grafite
noite calma
ideias sem fim
e o dia teimoso
nasce soberano
dita regras
a minha volta
o som bucólico
dos primeiros raios de sol
e o tic tac da responsabilidade
lá fora gritante a ordenar
tenho de ir
daqui aproveito o chá
as histórias ficam cá
lá ainda não sei
depois o lápis dirá
assim que a lua voltar
papel
histórias ouvidas
letras inventadas
pessoas observadas
nascem vidas
morrem aparências
desaparecem pudores
novas personalidades
moldadas em cor grafite
noite calma
ideias sem fim
e o dia teimoso
nasce soberano
dita regras
a minha volta
o som bucólico
dos primeiros raios de sol
e o tic tac da responsabilidade
lá fora gritante a ordenar
tenho de ir
daqui aproveito o chá
as histórias ficam cá
lá ainda não sei
depois o lápis dirá
assim que a lua voltar
Sara Almeida
Sara, bom dia.
ResponderEliminarEu imagino que chá, cobertores, agasalhos, lareiras e outros correlatos, formam bons pares na defesa contra o frio.
E tocando na palavra "defesa" imagino que tens um emprego a ser respeitado dentro da sociedade portuguesa, o que lhe traz com certeza suporte para desfrute dos seus prazeres via trabalho.
Diferente de ti é ser como eu, meu próprio patrão. São responsabilidades que mesmo me dou. E o desfrute fica na hora em que julgo necessária.
Me fizeste pensar -através do que escreveste- que uma pintura (por mais fantástica que seja) começa num esboço prêto e branco, para depois ir tomando cores aos poucos.
Delinear é dar forma, compor, criar, dar vida a partir do nada. É indibitavelmente dom da criação que na palavra inglesa se diz D' us, de nós, do que é de todos, o comum que não se vê.
Saudações.
Bom dia Sara...
ResponderEliminarQue bom ter as escapadelas oportunas. Penso que a descontração sirva-lhe como válvula de escape para que voltes a sua atividade mais receptiva.
As vezes a solidão pode ser complicada. Há gente que afirma que não há nada melhor do que estar em introspecção. Acho que há fases para tudo, e pensar nos rumos que já tomamos, ou que podemos tomar na vida é sobretudo um grande ato de coragem.
O poeta Vinicicios de Morais costumava afirmar que a maior solidão é a do ser que não ama, o que se ausenta da dor, de quem fica sempre na defensiva, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana, e que está sempre fechado no absoluto de si mesmo. Aquele que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro, por ter medo de amar, de ferir e ferir-se.
O ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Aquele que queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno, sendo a angústia do mundo que o reflete.
Aquele que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
Sabemos que o mundo é também composto de coisas tristes, porém cabe a cada um nós separar o joio do trigo, o que não presta do que pode ser aproveitado. Coisas simples, tais como passear de mãos dadas, dizer que ama sem receio, afagar os cabelos da pessoa amada, e tantas outras demostrações de afeto, que no fundo não nada e que acrescenta muito.
Sara, até breve...
ps. Boas escapadelas.
Ser poeta é se dividir em dois. Um que pensa com o coração, para dentro de si mesmo. O outro, que não é o poeta, é aquele que pensa para o mundo material e para as contradições que este encerra. Ser poeta é construir dentro de si um mundo que fala do mundo de fora, mas com ele não se mistura.
ResponderEliminarAbraços.