domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
(in) certeza
vinte e nove do cinco de dois mil e dez
descobri, de repente, numa simples conversa
que todas as coisas menos boas
que falavam daquela pessoa que eu achava tão boa
eram, na realidade, tudo verdade
e óbvio, apenas eu não sabia...
tenho duas maneiras de pensar sobre isso:
1. perdi mais uma fasquia da minha inocência
ou
2.fiquei mais espertinha hoje
2.fiquei mais espertinha hoje
prefiro pensar que estou ganhando esperteza,
e nem doí tanto quanto nos meus pensamentos...
nem bom nem mal, apenas real!!!
SA
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Acalma-te
"Se te contentas com os frutos ainda verdes, toma-os, leva-os, quantos quiseres. Se o que desejas, no entanto, são os mais saborosos, maduros, bonitos e suculentos, deverás ter paciência.
Senta-te sem ansiedades.
Acalma-te, ama, perdoa, renuncia, medita e guarda silêncio.
Aguarda. Os frutos vão amadurecer."
Prof. Hermógenes
Senta-te sem ansiedades.
Acalma-te, ama, perdoa, renuncia, medita e guarda silêncio.
Aguarda. Os frutos vão amadurecer."
Prof. Hermógenes
terça-feira, 25 de maio de 2010
Serenidade
Tanta coisa guardada, lacrada, quase acabada.
Estas partes de mim que tem muito a dizer.
Quase ninguém vê, quase sempre, porque?
A vontade latente de gritar com essa gente.
Mostrar tudo de frente, assim num susto, de repente.
Não deveria ser segredo qualquer possibilidade de semente.
Tantas formas para mostrar, e figuras para desenhar.
Conceito legítimo, intuição calada, boas lições para ensinar.
Mas algo cala, embaraça, inala, acabo por esconder.
Me ponho a pensar, quantas assim como eu,
tem tesouros só seus, que está arriscado perder.
Quantos pequenos botões talvez nem cheguem a florescer.
É preciso mais que uma vida para tolher a ferida
que o mundo faz questão de intensificar.
Vida que não se repete, outra não acontece,
mesmo que exista quem pense que reina eternamente.
Sei que tudo se acaba, embora o amor se propaga,
a morte é de certeza a única aliada.
Ainda assim quero ter a sensível habilidade,
a sensibilidade, de manter a serenidade no último fechar de olhos.
Que apenas me lembre de um abraço apertado,
de um sorriso sincero, de uma palavra doce...
Que eu possa ir embora com cheirinho de vida em mim.
Se for assim, será melhor o fim.
SA
Estas partes de mim que tem muito a dizer.
Quase ninguém vê, quase sempre, porque?
A vontade latente de gritar com essa gente.
Mostrar tudo de frente, assim num susto, de repente.
Não deveria ser segredo qualquer possibilidade de semente.
Tantas formas para mostrar, e figuras para desenhar.
Conceito legítimo, intuição calada, boas lições para ensinar.
Mas algo cala, embaraça, inala, acabo por esconder.
Me ponho a pensar, quantas assim como eu,
tem tesouros só seus, que está arriscado perder.
Quantos pequenos botões talvez nem cheguem a florescer.
É preciso mais que uma vida para tolher a ferida
que o mundo faz questão de intensificar.
Vida que não se repete, outra não acontece,
mesmo que exista quem pense que reina eternamente.
Sei que tudo se acaba, embora o amor se propaga,
a morte é de certeza a única aliada.
Ainda assim quero ter a sensível habilidade,
a sensibilidade, de manter a serenidade no último fechar de olhos.
Que apenas me lembre de um abraço apertado,
de um sorriso sincero, de uma palavra doce...
Que eu possa ir embora com cheirinho de vida em mim.
Se for assim, será melhor o fim.
SA
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Estreitando Laços
As pessoas chegam de mansinho e tomam conta da gente.
A primeira vista parece ser só mais um, só mais uma, mas as palavras tomam proporções gigantescas, os sentimentos ficam profundos...
E de repente a gente percebe que nem tudo esta perdido, e que ainda existem sim pessoas que valem a pena, pessoas humanas de fato.
Quero gente que é gente ao meu redor, pessoas que pensam antes de falar, não para agradar, mas sim para não magoar. E se magoar...bem, o laço criado é forte o suficiente para o perdão.
O bom disso tudo é que temos mais alguém, e ter mais é sempre melhor do que ter menos.
Alguém para pensar, mais um personagem a acrescentar nas ideias sonhadoras antes de dormir...
É claro que junto com toda a descoberta e os bons sentimentos vem o medo atormentador de que tudo não passa de ilusão...mas por medo muitas vezes diminuímos coisas e pessoas, e somos seres evolutivos, aumentar é que é a palavra de ordem, nem que seja aumentar desilusão.
Mas de repente o medo se esconde e dá lugar aos planos bons que uma amizade nos pode permitir.
E quando tudo começa a ficar meio sólido, meio rotineiro, aí a gente percebe que muitas vezes o maior problema de viver isolado é nosso.
E ter alguém para conversar, para confessar, para consertar, para alegrar, para chorar, para sonhar, para realizar é bom demais!!!
SA
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Tristeza permitida
Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz?
Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma.
Não sorriu hoje? Medicamento.
Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer.
Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara.
“Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais.
Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for.
Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar.
Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.
Martha Medeiros
verniz
as palavras perderam o sabor
por uns dias o pincel enverniza as unhas pálidas
com cores menos vibrantes
aquela, simplesmente a mais bela, espelha uma certa saudade
vermelha...
SA
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Tristes Felizes
Triste de quem é feliz!
A tacanhez ensanguenta-me a alma!
Tristes dos que observam sem ver,
que se movem na sua completude de quatro paredes.
Para os quais "horizonte" e "caminho" são palavras sem plural.
Tristes dos que não vêem para lá da sua altura!
Tristes dos que não conseguem soltar as amarras
mesmo quando lhes acenam com uma navalha...
PS: recebi por e-mail, desconheço autor.
A tacanhez ensanguenta-me a alma!
Tristes dos que observam sem ver,
que se movem na sua completude de quatro paredes.
Para os quais "horizonte" e "caminho" são palavras sem plural.
Tristes dos que não vêem para lá da sua altura!
Tristes dos que não conseguem soltar as amarras
mesmo quando lhes acenam com uma navalha...
PS: recebi por e-mail, desconheço autor.
sábado, 8 de maio de 2010
Acredite
"Faça um pedido...E jogue uma moeda na fonte comigo!"
Precisamos de pequenas ilusões diárias em nossas vidas, para sobreviver as questões que giram em nossas mentes, já dizia um bom amigo que melhor viver iludido do que desesperado.
Temos sim que ter um pé na realidade, e em certas ocasiões o corpo todo, mas uma pitada de sonho faz da gente mais leve, mesmo que não se acredite em nada de sobre natural, apenas a força de um pensamento positivo que nos faz acreditar que amanhã será melhor que hoje, ainda que muitos fatos apontam para o contrário.
Se deixarmos de vez a espera por dias melhores acabamos por abandonar a nós mesmos lentamente. Então é agarrar aos nossos instintos, aos nossos bons princípios e sair por aí errando como seres imperfeitos que somos, mas com a certeza que com cada erro uma lição aprenderemos e um dia destes numa tentativa qualquer algo há de funcionar bem.
Enquanto isso é lutar, não pedimos para cá estar mas já que estamos a saída é fazer o melhor possível hoje. O amanhã não existe e pode ser construído.
SA
Enquanto isso é lutar, não pedimos para cá estar mas já que estamos a saída é fazer o melhor possível hoje. O amanhã não existe e pode ser construído.
SA
quinta-feira, 6 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Brincar de Vida
"Não tenho lido nem escrito
nem mesmo pensado em novos poemas.
nem mesmo pensado em novos poemas.
Mas daqui,
da janela do quarto,
a persiana levantada a meio,
vejo duas crianças brincando no jardim.
Brincam de vida.
De uma vida melhor, logo mais verdadeira,
porque meu coração quer
que tudo que seja bom
seja também verdadeiro..."
Manoel Carlos
Milk Shake
Baseado numa história real
Dois brasileiros rumo a Lisboa num voo saindo de São Paulo com escala em Berlim. Com o sonho de tentar a vida no estrangeiro, pela primeira vez deixam seu país e até mesmo a cidade natal.
Em Berlim permaneceram cerca de 3 horas até seguirem rumo a Lisboa, num inverno bastante cruel, cansados após longas horas de viagem os dois amigos decidem tomar algo quente para "espantar" o frio.
R vira-se para A e pergunta:
-E aí véio quero tomar um chocolate quente, e você vai querer?
-Claro R, tô com muito frio, vai ser bom mesmo.
R preocupado vira se para A e diz:
-Mas como é que vamos pedir isso, não sei nenhuma palavra dessa língua, você sabe ao menos Inglês?
A todo orgulhoso:
-Eu não domino, mas me desenrasco, leite eu sei que é Milk, e chocolate quente é Milk shake.
-Será véio, eu não sei de nada, mas espero bem que seja pois vai aquecer bem esse chocolatinho, vamos ali naquela lanchonete e você pede. Bora?
-Bora lá R, você vai ver como eu sou safo.
Os dois se acomodam e logo vem um garçom:
-Speaks English?
A fingindo se de safo para R resmunga ao mesmo tempo que balança afirmativamente a cabeça, mal sabe o que o "cara" falou:
-humhum...
-What is the request?
A responde com a voz um tanto baixa, e um bocado carregado de nervosismo:
-Milk Shake, please (levantando dois dedos ao mesmo tempo que fala).
O garçom ainda pergunta:
-Chocolate Big?
Mais uma vezes ele balança a cabeça afirmando que sim, seja lá o que for big, e pensa que deve ser bem quente.
O garçom retira-se e o R diz:
-A, meu véio o garçom falou mei bravo aí no fim, será o que esse chocolate quente BIG?
-Relaxa é quentinho você vai me agradecer depois, deixa de marra aí vai, tá frio demais.
O garçom foi ligar a máquina, afinal aquele aparelho nem se liga no inverno. Passado algum tempo aparece o garçom com dois copos gigantes de Milk Shake geladinho, como o bom Milk Shake deve ser.
Os dois amigos se olham e R logo retruca:
-Agora nem me olhe assim, vamos mais é beber e calar antes que ele perceba que fizemos burrada.
-Burrada o que R, o "cara" que é burro não sabe falar inglês direito, é alemão aí já viu né.!!!
-R bebe muito depressa o tal Milk Shake, levanta se e coloca uma nota de 20 euros na mão do garçom e puxa por A, quer mais é esquecer este dia.
Não esquecendo nunca o "frio" episódio R chegando em Lisboa não tardou começar um curso de inglês, entre outros que fez dele alguém mais culto, conservou a humildade e embora não tenha ficado rico tem uma profissão.
R como sabe muito e acredita que não tem nada neste mundo que ele não aprenda sozinho, continua entrando nas "frias" da vida...aliás qualquer dia ele congela.
SA
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca,
tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço
e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca,
tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço
e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 2 de maio de 2010
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