quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Passeio no tempo

Ela sempre quis uma boleia no tempo
Quando ele parecia não passar por ela
Todos ao seu redor a reclamar dele
Tudo que ela sempre quis era correr no tempo
Mal sabia que ia na garupa sem capacete
Ele ali firme a guia-la no seu grosso modo
Nem assinou contrato com ele, as coisas ficaram logo definidas
Nem sabia que uma vez na garupa já não podia descer
A velocidade é rápida e o ar por vezes sufoca
Mas não existe alternativa tem que relaxar e seguir
Não que seja sempre mal, as vezes parece até emocionante
Ela volta e meia olha para trás, a estrada longa é capaz de ver
A sua frente não se enxerga quase nada
Apenas uns contornos nebulosos de onde o tempo pode leva-la
Agarra nele e segue, por vezes chove, ou faz sol, nunca se sabe
E aí percebe que não queria mesmo embarcar nesse itinerário
O tempo usou de malandragem com ela
Provocou-a com ideias aliciantes do futuro
Ela inocente o desejou, mas a verdade e que a decisão sempre foi dele
Era dele e de ninguém mais, foi assim com ela, é assim com todos
Agora já sabida toma a única decisão inteligente: deixar o vento soprar
E que o tempo passe demorado e bem depois a deixe em algum lugar
É assim com todos, é o que há de se esperar
Sara Almeida

2 comentários:

  1. A vida nos desafia o tempo todos a sermos protagonistas de nossa história, tavez por isso se faça tão sublime o momento de deixar rolar.

    Bom fim de semana!

    Bjs!

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  2. Talvez um dia você olhe pra trás e a viagem tenha lhe permitido chegar em algum bom lugar - quem sabe aonde você sempre almejou chegar. :)
    Beijos carnavalescos, doce amiga!:*

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