segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Coisas desenfreadas

Sempre escrevo coisas desenfreadamente, coisas pequenas do meu quotidiano e coisas grandes e profundas do meu coração, embora escrever seja uma das melhores coisas para mim tudo que escrevo passado algum tempo parece ridículo, ou é como se alguém mais inteligente e criativo já tivesse escrito a respeito de tudo e já não me resta o que dizer.
Ainda assim continuo a pensar que escrever é mais que um prazer, a mim parece mais uma devoção. Nos momentos mais inoportunos vem em minha mente as melhores frases, as palavras mais significativas, o elogio ou crítica com mais astúcia que já pude dizer, escrever ou se quer pensar quando necessário.
Na calada da noite quando todos estão a dormir e eu tenho mesmo que descansar, pois no outro dia tenho sempre uma longa jornada, aí vem aquela voz interior a me dar sentenças a respeito de tudo que já vivi, lembrando-me de coisas já adormecidas.
Quando estou atarefada com qualquer situação da qual não posso me ausentar, aí vem ela com a deixa perfeita para a introdução daquele livro que um dia quando menina pensei que talvez num futuro promissor pudesse escrever.
Tentei em muitas ocasiões apenas afastar esta voz, enganá-la dizendo que assim que tiver em casa, ou num sábado que não farei nada importante, quem sabe quando comprar uma mesa e cadeira confortáveis poderei então estar horas a fio escrevendo todos os assuntos que tenho aqui guardados.
Porem estando decidida a começar colocar todos os sentimentos para fora descubro que a voz ainda cá está, por vezes inoportuna que quer dividir as belas coisas da vida em qualquer momento e lugares, ingénua não sabe que para isso terá que detalhar os subterfúgios. Já outras vezes ela é a que não me deixa ir a lado algum, a que deixa tudo para quando comprar isto, quando ter aquilo, é aquela que confunde o medo com racionalidade, e é na verdade uma falta de fé que joga tudo fora antes mesmo de tentar arrumar.
Vou tentar usar as melhores lembranças, cada uma delas, para fazer um relato de mim e dos meus. Por enquanto deixo os dedos deslizarem delicadamente, e na mente a voz da minha essência ditar palavras, e conto o que ouço aqui dentro sem grandes expectativas. Escrevo para me sentir viva. E vai assim nascendo e renascendo coisas, vou observando tudo na intensidade da respiração, e assim nasce uma nova história. Calo-me até a próxima história ganhar vida, e a vida ganhar uma nova história.
Sara Almeida

3 comentários:

  1. Quem não tem a tal inspiração que vem as vezes de forma tão inexperada? O bom é perceber que existem palavras à serem registradas para servirem de aprimoramento literário.

    Parabéns.

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  2. Qurida Sara o nosso pensamento nunca se cala, por isso esta necessidade extrema de escrever. Lembro-me que quando andava na escola os meus professores ficavam aterrorizados quando tinham que corrigir os meus testes :) Eu quando começava a escrever quase não conseguia parar, e adorava aqueles testes (que quase todos detestavam), de uma só pergunta. Muitos professores incentivaram-me a seguir uma carreira literária mas... Miúdos são preguiçosos não é? Pois eu adoro tudo o tu escreves. AQUELE BEIJINHO ESPECIAL DE TODOSOSDIAS.

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  3. Sarita querida, passei para de desejar um fim de semana perfeitinho, e para te dizer que no bipolaridades tenho um presente para ti, passa lá para retirá-lo. AQUELE BEIJINHO SEMPRE TÃO ESPECIAL DE TODOSOSDIAS.

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