Clarabela era uma menina matreira, com uma mente ativa e fértil, sonhava com o dia em que fugiria do quintal de sua mãe para conhecer coisas do mundo, como as que a professora lhe contava nas histórias lidas na escola.
Queria navegar para além das ruas que caminhava todos os dias, ver o verde em outros tons, ouvir os pássaros de outras paisagens, sentir cheiros diferentes daqueles que já faziam parte de si.
Certo dia ouviu na rádio uma notícia sobre o Egipto, ficou completamente fascinada, e decidiu naquele mesmo momento que ainda iria visitar as Pirâmides de Gizé, ainda que lhe custasse muito, trabalharia o suficiente para esta viagem.
A menina passou a se deliciar imaginando que quando chegasse a este lugar de nome tão engraçado, subiria as tais pirâmides e lá do cimo olharia o mundo todo, sentia-se até tonta antes mesmo de lá estar.
Mal sabia o quão longe ficavam as pirâmides, e quando sua mãe lhe contou achou que era mais uma mania da mãe de lhe afastar das diversões.
Perguntou a professora se do alto das pirâmides seria possível ver a escola, a professora admiradora das invenções de Clarabela não teve coragem de dizer que não. A menina então concluiu que o caminho para as pirâmides devia começar por aquela rua por trás da sua casa, pois a mãe sempre lhe proibia de lá ir, e de certeza era por medo de a perder de uma vez por todas. Sim porque Clarabela teria coragem de ir muito além de sua cidade para descobrir todas as coisas bonitas do mundo.
Num fim de tarde de verão saiu para um passeio com o avô, que era uma criatura muito querida e o único adulto inteligente que ela conhecia, além da professora é claro. A menina estava radiante, pois com o avô aprendia coisas indispensáveis, só não percebia porque sua mãe nunca aprendeu grandes coisas, mas ficava calada e ouvia.
O avô de Clarabela, explicou-lhe que o Egipto ficava muito distante, depois do mar, pessoas do mundo todo iam visitar as pirâmides, falou sobre a cultura, e as antigas dinastias do Egipto. O que deixou a menina ainda mais interessada, e com pena da professora que afinal nem sabia tanto sobre as coisas do mundo.
Clarabela ficou muito feliz foi por finalmente perceber que sua mãe tinha razão em muitas coisas e que não a queria em perigo, o único problema que ainda a atormentava é que a mãe ia ficar para sempre naquele quintal e ela queria ir mais além, e pelos vistos teria de ir sozinha.
O Egipto continuou nos planos, e outros mais surgiram. Com a ajuda do avô a menina conheceu histórias do velho continente: suas guerras, descobertas, construções e filosofias. Clarabela queria conhecer tudo e saber as outras línguas, e sentiu que mesmo que não fosse ao Egipto, Itália, França, Patagónia, e todos os outros lugares com nomes tão lindos, ainda assim poderia sempre viajar nas histórias, perder-se nos sonhos ao ouvir palavras lindas de outro habitante de um quanto qualquer do mundo.
Se o avô que nunca saiu daquela pequena cidade era tão sábio, é porque ela também poderia ser, como o avô disse: “o conhecimento não tem fronteiras.”
A pequena crescia feliz e astuta, com um mundo todo a sua frente, cheia de desejos, sonhos e planos dentro do coraçãozinho inocente.
Clarabela, era clara e bela, com cabelos soltos castanhos dourados, olhos cor de mel, curiosos e profundos. Não sei dizer onde foi parar aquela menina, que bela mulher tornou-se, nem em quantos mares navegou.
Vez ou outra invade meus pensamentos com seu ar de boneca e histórias de mundos novos repletos de coisas bonitas.
Clarabela era daquelas pessoas que acrescenta ao mundo uma pitada de magia.
A última vez que a vi estava apaixonada por balonismo. Se calhar voa de uma cidadela a outra enfeitiçando a todos com suas fantasias de menina. Quem sabe até sobrevoou as pirâmides com seu próprio faraó a bordo.
Sara Almeida
Queria navegar para além das ruas que caminhava todos os dias, ver o verde em outros tons, ouvir os pássaros de outras paisagens, sentir cheiros diferentes daqueles que já faziam parte de si.
Certo dia ouviu na rádio uma notícia sobre o Egipto, ficou completamente fascinada, e decidiu naquele mesmo momento que ainda iria visitar as Pirâmides de Gizé, ainda que lhe custasse muito, trabalharia o suficiente para esta viagem.
A menina passou a se deliciar imaginando que quando chegasse a este lugar de nome tão engraçado, subiria as tais pirâmides e lá do cimo olharia o mundo todo, sentia-se até tonta antes mesmo de lá estar.
Mal sabia o quão longe ficavam as pirâmides, e quando sua mãe lhe contou achou que era mais uma mania da mãe de lhe afastar das diversões.
Perguntou a professora se do alto das pirâmides seria possível ver a escola, a professora admiradora das invenções de Clarabela não teve coragem de dizer que não. A menina então concluiu que o caminho para as pirâmides devia começar por aquela rua por trás da sua casa, pois a mãe sempre lhe proibia de lá ir, e de certeza era por medo de a perder de uma vez por todas. Sim porque Clarabela teria coragem de ir muito além de sua cidade para descobrir todas as coisas bonitas do mundo.
Num fim de tarde de verão saiu para um passeio com o avô, que era uma criatura muito querida e o único adulto inteligente que ela conhecia, além da professora é claro. A menina estava radiante, pois com o avô aprendia coisas indispensáveis, só não percebia porque sua mãe nunca aprendeu grandes coisas, mas ficava calada e ouvia.
O avô de Clarabela, explicou-lhe que o Egipto ficava muito distante, depois do mar, pessoas do mundo todo iam visitar as pirâmides, falou sobre a cultura, e as antigas dinastias do Egipto. O que deixou a menina ainda mais interessada, e com pena da professora que afinal nem sabia tanto sobre as coisas do mundo.
Clarabela ficou muito feliz foi por finalmente perceber que sua mãe tinha razão em muitas coisas e que não a queria em perigo, o único problema que ainda a atormentava é que a mãe ia ficar para sempre naquele quintal e ela queria ir mais além, e pelos vistos teria de ir sozinha.
O Egipto continuou nos planos, e outros mais surgiram. Com a ajuda do avô a menina conheceu histórias do velho continente: suas guerras, descobertas, construções e filosofias. Clarabela queria conhecer tudo e saber as outras línguas, e sentiu que mesmo que não fosse ao Egipto, Itália, França, Patagónia, e todos os outros lugares com nomes tão lindos, ainda assim poderia sempre viajar nas histórias, perder-se nos sonhos ao ouvir palavras lindas de outro habitante de um quanto qualquer do mundo.
Se o avô que nunca saiu daquela pequena cidade era tão sábio, é porque ela também poderia ser, como o avô disse: “o conhecimento não tem fronteiras.”
A pequena crescia feliz e astuta, com um mundo todo a sua frente, cheia de desejos, sonhos e planos dentro do coraçãozinho inocente.
Clarabela, era clara e bela, com cabelos soltos castanhos dourados, olhos cor de mel, curiosos e profundos. Não sei dizer onde foi parar aquela menina, que bela mulher tornou-se, nem em quantos mares navegou.
Vez ou outra invade meus pensamentos com seu ar de boneca e histórias de mundos novos repletos de coisas bonitas.
Clarabela era daquelas pessoas que acrescenta ao mundo uma pitada de magia.
A última vez que a vi estava apaixonada por balonismo. Se calhar voa de uma cidadela a outra enfeitiçando a todos com suas fantasias de menina. Quem sabe até sobrevoou as pirâmides com seu próprio faraó a bordo.
Minha nossa, que coisa mais linda isso aqui. E a pergunta automática vem para ser feita: Clarabela existe em algum lugar fora daí, de dentro do seu coração? Te digo que até eu fiquei curioso para conhecer as pirâmides, rsrs.
ResponderEliminarMas muito bonito, parabéns, Sara.
Sigo passando.
Bj e bom final de semana
Costumo notar através das minhas andanças que existem tantas e tantas Clarabelas por esse mundo afora. Jovens dominados por pais de mentalidade pequena, que jamais permitirão que seus filhos cresçam além das cercanias do quintal.
ResponderEliminarExiste um certo egoímo dominativo que transforma pais em seres que não conseguem enxergar o que de melhor pode existir para seus filhos. E vem a desculpa do protecionismo, defesa dos inocentes, que forma seres carêntes e até mesmo impotentes para viver por si só a vida que lhes pertence.
Gosto da forma como você conduz seus textos, das palavras que sabe conjugar, da maneira como se faz eloquente, sabendo temperar com gosto suas palavras.
Bom fim de semana!
O que se pode dizer quando nos vemos diante do belo? Ora, somente dizer que este é belo. É isto que esta tua pequena singeleza me faz ver: beleza. Nascida no Brasil, mas radicada em Portugal, isso mexe com a tua escrita, madura, simples e forte. A língua é o que nos irmana e nestas horas dá gosto de ter por aí muitos irmãos.
ResponderEliminarAbraços.
Sara..Ou Clarabela também? Continua no teu balão amiga, sobrevoa todos os lugares que quiseres com o teu coração, afinal esse dom já nasceu contigo. AQUELE BEIJINHO ESPECIAL DE TODOSOSDIAS.
ResponderEliminarEntão amiga Sarita, ainda pairando? Estou com saudades de te ler! AQUELE BEIJINHO SEMPRE TÃO ESPECIAL DE TODOSOSDIAS.
ResponderEliminarClaro e belo, exatamente como nossa amiga sonhadora. Li o conto em poucos minutos, praticamente o devorei! Estou encantada! Parabéns. Você escreve com o encanto de uma criança ao escutar as historinhas de seu avô.
ResponderEliminarBeijinhos escarlates!!!!!