...porque quem ama pode fazer tudo ou nada juntos e ser feliz mesmo assim!
segunda-feira, 19 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
Mundo
Quando me mostraram o mapa do mundo, ainda muito criança, fiquei completamente extasiada, e mal conseguia acreditar que aquela imensidão caberia no meu pensamento, achava minha cabeça muito pequena para imaginar tantos lugares que existem.
O choque quando vi o mapa do mundo pela primeira vez foi tão grande quanto o choque ao descobrir que existem pessoas pequenas demais para estar dentro dele.
Me lembro de ouvir bem a explicação de tudo que é mar, de tudo que é terra e pensar que com tanto mar e tanta terra eu nunca deixaria de viajar, naquela cabecinha qualquer viagem era possível.
Demorei muito tempo para perceber a imensidão disso tudo que é nosso Planeta, e ainda sou surpreendida todos os dias, seja pelo próprio, ou por seus habitantes. Pena que a cada dia o Planeta para mim fique ainda mais infinito. As pessoas, bem algumas delas, é que diminuem ainda mais, o tempo desta descoberta foi mais ligeiro, luto arduamente para conservar minha condição e não diminuir também.
Minha meta é o mundo, e as pedras dele são algumas pessoas.
Sara Almeida
O choque quando vi o mapa do mundo pela primeira vez foi tão grande quanto o choque ao descobrir que existem pessoas pequenas demais para estar dentro dele.
Me lembro de ouvir bem a explicação de tudo que é mar, de tudo que é terra e pensar que com tanto mar e tanta terra eu nunca deixaria de viajar, naquela cabecinha qualquer viagem era possível.
Demorei muito tempo para perceber a imensidão disso tudo que é nosso Planeta, e ainda sou surpreendida todos os dias, seja pelo próprio, ou por seus habitantes. Pena que a cada dia o Planeta para mim fique ainda mais infinito. As pessoas, bem algumas delas, é que diminuem ainda mais, o tempo desta descoberta foi mais ligeiro, luto arduamente para conservar minha condição e não diminuir também.
Minha meta é o mundo, e as pedras dele são algumas pessoas.
Sara Almeida
quinta-feira, 15 de abril de 2010
nada tenho, tudo sou
Minha fala não interessa…meu sorriso não brilha…não tenho sequer beleza…nada do que há em mim remete sentimentos desconcertantes, nada tenho…mas minha alma pulsa, cada vez que as palavras se agrupam em meus pensamentos, ali nasce um sonho meu e aí não me interessa nada que pensem de mim, não me interessa o que o espelho conta, meus pés tomam caminhos próprios e eu realizo, eu falo, eu giro…cada vez que matam um pedacinho de mim, minha alma adormece até que volte a ter o poder e transformá-lo em palavras, e assim nunca morro, embora tentem me esmagar só fico mais forte, bem grande, e flutuo no meu caminhar leve e pensamentos pulsantes, tudo sou…sou assim mais forte que penso, mais leve que sonho!
Sara Almeida
Sara Almeida
terça-feira, 13 de abril de 2010
Sombra
Sou aquilo que só eu vejo, aquilo que sobra do que sinto.
Sou depois da raiva contida, depois de esquecido e não desculpado.
Sou aquela palavra que não pode ser dita, aquela palavra que dói antes mesmo de ser ouvida.
Sou real nos meus pensamentos, real até mesmo quando invento.
Sou a parte cansativa da vida, parte da verdade que causa ferida.
Sou metade do que posso, metade daquilo que sonho.
Sou feita de vidro sólido, feita daquilo que corta.
Sou capaz de recomeçar, capaz de tomar nova forma.
Sou agora apenas o volume surdo que minha voz alcança, depois não sei, depois minha voz cala, e volto a me perder noutro som qualquer.
Sou apenas uma mulher que insiste em tentar encontrar o som, a voz, um raio de luz, e talvez fazer parte desta mistura.
Sou depois da raiva contida, depois de esquecido e não desculpado.
Sou aquela palavra que não pode ser dita, aquela palavra que dói antes mesmo de ser ouvida.
Sou real nos meus pensamentos, real até mesmo quando invento.
Sou a parte cansativa da vida, parte da verdade que causa ferida.
Sou metade do que posso, metade daquilo que sonho.
Sou feita de vidro sólido, feita daquilo que corta.
Sou capaz de recomeçar, capaz de tomar nova forma.
Sou agora apenas o volume surdo que minha voz alcança, depois não sei, depois minha voz cala, e volto a me perder noutro som qualquer.
Sou apenas uma mulher que insiste em tentar encontrar o som, a voz, um raio de luz, e talvez fazer parte desta mistura.
Sou por vezes uma sombra sem luz, que não (des)cansa.
Sara Almeida
sexta-feira, 9 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
Pequenos Gestos
Não nasci com asas, mas o céu já era meu quando virava a cabeça e o avistava por entre as árvores. A minha mãe diz que aprendi a subir às árvores mesmo antes de começar a andar: ainda gatinhava quando os meus pais apanharam o primeiro susto. Eu subia às árvores com a minha irmã Matilde, ficávamos horas e horas escondidos lá em cima a espiar o mundo, enquanto os outros miúdos tentavam subir ou se conformavam em trepar árvores mais baixas. Gostávamos de nos pendurar nos ramos e de ficar a balançar para a frente e para trás como se fosse um trapézio. Por vezes saltávamos de uns ramos para os outros, tal e qual como faziam os macacos que vinham ao nosso terreno roubar fruta das árvores. Eu perseguia-os por entre os ramos e eles pareciam rir-se na minha cara. Ou talvez pensassem que eu era um macaco como eles, apenas de uma espécie diferente, da espécie que usa calções vai à escola. O meu pai lia muito, ao serão, depois do jantar. Romances e livros de filosofia. A filosofia sempre foi a sua paixão. A filosofia e o mar. De manhã cedo, via-o a sair para praia com a prancha de surf debaixo dos braços. Durante as férias ao aos fins de semana ia com ele, e foi assim que aprendi a fazer surf ao mesmo tempo que coleccionava letras e números. O mar e o céu vivem de mãos dadas no horizonte. São como siameses que o universo separou para que a terra pudesse existir. Sou mais feliz dentro de água ou acima da terra, e por isso decidi, no cimo das árvores que um dia ia ser piloto e sobrevoar o Mundo. Sempre quis viajar, conhecer todos os continentes, aprender várias línguas, viver em muitas cidades até descobrir um lugar perfeito onde o mar e o céu se encontrem sempre com o meu olhar. Uma terra tranquila sem guerras e com sol, um segredo escondido que não venha em nenhum mapa e onde não tropece em turistas de chinelos caros e chapéus de palhaço rico. O que eu nunca pensei, minha pequena fada que me esperas ao final da tarde numa casa branca cujas janelas se encontram com o horizonte em que ao siameses se juntam, é que posso voar em terra e mergulhar nas ondas sempre que te vejo, posso chegar ao céu sem ligar os reactores e deslizar sobre as águas com a perfeição dos pequenos gestos. Não sei se é a isto que os deuses chamavam amor, mas cada vez que chego e tu me abres o portão para me deixar entrar no teu corpo e no teu coração, sinto que todos os elementos estão sob o mesmo tecto. O teu corpo é como uma concha, o teu olhar como um rio; os teus braços uma ilha e o teu peito a minha casa.Não sei de que é feito o amor, nunca descobri o seu segredo, mas sei que ando lá perto, que perto de ti, nos mais pequenos gestos, há uma espécie de amor que transpira no ar e transborda como uma onda e que me atira para aquele lugar perfeito que só existe no meu coração.
Margarida Rebelo Pinto, maio de 2008.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
ansiedade
ao pé de mim nada, absolutamente nada, se encaixa. tudo é um imenso desencaixe perfeito. sozinha não tenho bom feitio, é preciso sintonia. decididamente indecisa, dominada por uma ansiedade escancarada, rabisco a parede desta casa para ela ficar bonita o suficiente para caber minha história dentro dela… e claro sempre fica a aberta a janela, no caso de esquecer a chave, sempre posso entrar por um lugar diferente daquele pelo qual sai. esta casa agora tem minha cara, mas minha mala fica arranjada, qualquer pensamento novo, corro e apanho o primeiro voo para qualquer cidade do mundo...ou passo uma noite a beira da praia, e no outro dia a ansiedade talvez me traga de volta até porta ou a janela…por enquanto vou pintar com giz de cera um mar e um sol, de repente apetece ficar por cá mesmo.
Sara Almeida
Sara Almeida
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