quarta-feira, 8 de julho de 2015

Clarabela (II)

eis que reencontro Clarabela, perdida no deserto imenso de si mesma,
difícil tarefa de apresentar com clareza e beleza a menina a ela mesma
já não mais menina, por vezes segura por vezes desesperada na sua condição de mulher
humana demais, realista demais, enxergando seus sonhos mas se entregando à prioridades
os balões ainda lhe cativam, mas agora os pés puxam-lhe para o chão
e nada de barcos, pois as âncoras podem se soltar
e nada de voar, pois cair pode muito lhe custar
Clarabela conheceu um mundo, dois mundos, outros mundos e tantas pessoas
o Egito ainda não foi desbravado por ela, talvez nunca seja,
pois a menina que mora dentro da mulher precisa de um sonho guardado
a menina tornou-se mulher, e após mares navegados, muitos voos alçados
ela volta exatamente para as ruas das quais fugiu, não as achou mais belas,
mas entendeu finalmente que não importa para onde vá, nem as cores que enxergue,
tudo que viveu é seu e ninguém pode mudar isso,
e que o mais belo nem sempre é o mais importante
não tem mais quem lhe instrua, como a primeira professora
não tem mais quem lhe ensine com doçura e sensibilidade, como o avô,
não tem mais quem lhe corrija as falhas, como a mãe,
mas tem quem pode lhe mostrar um mundo novo, 
ensinar de forma lúdica, sensibilizar com inocência e corrigir de forma sutil
é chegado o momento de calmaria, de reconhecimento, de auto-afirmação,
um faraó surgiu, completamente diferente do imaginado
mas um faraó, melhor e mais completo do que o desejado,
e domina a vida de Clabela, descende dela o verdadeiro amor
uma marca, uma evidência, um elo, um filho
que traduz o amor na sua forma mais genuína, e perpetua Clarabela em toda sua essência...
SA

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