terça-feira, 17 de abril de 2012

Real(ce)

calada
silenciar-ei-me
depois de ser feliz aos bocadinhos
de mansinho
vais embora
fica muito do que é seu aqui
no meu silêncio
 mora este vazio de você
e qualquer coisa muda
sempre alguma coisa muda
e tantas outras voltam
e compensam a falta
que você faz
silenci-ando
a falta que eu faço em mim mesma
porque qualquer coisa foi
sempre alguma coisa minha vai contigo
vou esperar neste espaço de tempo
alguma coisa mais que venha
ficar-ei entregue a espera
suspensa, quase congelada
manter-ei-me apenas essência
neste silenci-ar
só meu sem ti,
só seu sem mim,
e neste nós que nunca foi nó
neste dois que é laço
que sobrevive ao espaço
distante ou perto
apenas incerto
SA

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