quinta-feira, 26 de abril de 2012

Porque eu sei que é amor


Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar 
Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta
Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar 
Porque eu sei que é amor 
Sérgio Britto e Paulo Miklos (Titãs)

terça-feira, 24 de abril de 2012

des-colorindo

meus sonhos por menores que sejam me movem
 todo dia um pouco mais
fui temperada de sonho,
 nem doce nem salgado, nem escuro nem claro
sou assim essa mistura, tudo que for para fazer eu faço
não me prendam com algemas, me encante com um laço
todo sonho que tenho espalho num papel
em forma de verso ou cordel
quem me quer por perto
basta oferecer um sorriso aberto
um abraço apertado 
e um palavrear fiado
os meus defeitos pode contar
mas só eu quem posso escutar
secretamente sou má
isso é defeito que tento modificar
mágoa em mim é coisa passageira
mas minha memória não é traiçoeira
nunca sou isso ou aquilo
cada um me dita um estilo
no fundo tenho alma de criança
constantemente em mudança
que ri, que chora, que sofre, e por enquanto não desencanta
SA

quarta-feira, 18 de abril de 2012

soneto (de)talhado

eu escrevo pensamentos
descrevo sentimentos
viajo pelos ventos
me envolvo nos momentos

eu traduzo sensações
me entrego as paixões
procuro soluções
desvendo ilusões

eu carrego grandes sonhos
que semeio pelos cantos
através de pequenos contos

eu sou um tanto complicada
da vida não entendo é nada
mas por ela sou apaixonada
SA

Florescer Linda-Mente

a poesia do mar fica presa um verão inteiro, e é quando ela queria ser mais bonita
sempre que o outono se aproxima ela toma coragem para banhar-se nos últimos raios de sol
e quem sabe sobreviver a mais um inverno doloroso
o que ela em todas estações esquece é que só na primavera
quando as flores aparecem que sua beleza singela cresce
a poesia do mar se confunde com o perfume das flores
a poesia do mar não percebe que tem aromas e cores
porque o verão tudo aquece e por  vezes sufoca
no inverno o frio confunde a dor e pode congelar o amor
o outono é dos ventos que arrancam folhas e levam escolhas
a primavera ofusca com suas cores, odores e sabores
mas é ali ao florescer que simplesmente a poesia ganha sons e alegria
ninguém celebra um verão, inverno ou outono
é a cada primavera que ganhamos mais anos
quando a poesia do mar perceber sua beleza
vai voar de flor em flor como as borboletas
eu assim vou detalhar cada cor aqui no contorno de minhas letras
SA

Pensando alto

                                          o coração não tem as artimanhas do pensar,
                             para não perder o encanto e doçura
              que nos mantém a salvo durante uma vida... ou não
SA

mais perto

de repente caminhei até o arco-íris
suas cores vibrantes em meus pensamentos
mas opacas devido a distância
foram tomando um brilho vermelho
e a cada passo eu ficava mais encantada
não fui até o fim
pois de longe vi o pote
repleto do que mais importa neste mundo
SENTIMENTOS
vale mais que ouro
nem é preciso chegar muito perto 
para sentir, mas eu vou até lá
há coisas que só tocando
e quem vira ouro somos nós
esse foi um caminho
que segui sem mapas
guiada pelo coração
então é só fechar os olhos
e seguir, ainda que por atalhos,
sempre lá hei de chegar
SA

terça-feira, 17 de abril de 2012

Real(ce)

calada
silenciar-ei-me
depois de ser feliz aos bocadinhos
de mansinho
vais embora
fica muito do que é seu aqui
no meu silêncio
 mora este vazio de você
e qualquer coisa muda
sempre alguma coisa muda
e tantas outras voltam
e compensam a falta
que você faz
silenci-ando
a falta que eu faço em mim mesma
porque qualquer coisa foi
sempre alguma coisa minha vai contigo
vou esperar neste espaço de tempo
alguma coisa mais que venha
ficar-ei entregue a espera
suspensa, quase congelada
manter-ei-me apenas essência
neste silenci-ar
só meu sem ti,
só seu sem mim,
e neste nós que nunca foi nó
neste dois que é laço
que sobrevive ao espaço
distante ou perto
apenas incerto
SA
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