Para que servem os mapas se o destino é apenas um. Servem para fazer caminhos diferentes, ver paisagens novas, fantasiar sonhos...só para nos manter a salvo. Vamos todos para o mesmo lugar, para lugar nenhum. Seguimos largando no chão da estrada muito mais que gotas de suor ou fios de cabelo. Fingimos não saber o que será de nós afinal, quando sabemos bem quem somos. Nossos atos tornam-se a todo momento em acontecimentos. O personagem interpretado é bem longe do vem por baixo desse viajante suado e descabelado. Nos pequenos momentos que somos o que esta por baixo da redoma, é libertador mas perigoso demais para se tornar hábito. Fazemos tudo pela metade, tentando sempre ensinar aos outros como que tudo funciona por aqui, nem sequer percebemos ainda o que fazemos aqui. Não temos referência nenhuma, tudo muda a todo instante. Existe um projeto pré-determinado que na verdade ninguém respeita, mas todos alardeiam que deve ser seguido. Somos julgados e julgamos mesmo por coisas minúsculas, as palavras são usadas mais vezes como armas de ataque e defesa do que como cura e apoio. O silêncio, ah o silêncio é coisa de sábio, tem algum sábio aí? Sábios são como fadas e duendes, só existem enquanto não são solicitados. Existe dentro de cada um de nós uma mistura de sentimentos incontroláveis, a carga de ira é imensa e de fácil multiplicação, nunca sabemos onde está o botão de ligar, apenas dispara e quando percebemos tudo já explodiu. Temos grande trabalho para consertar toda a desarrumação que causamos aos outros, e na maioria das vezes não nos damos ao trabalho de nem sequer pensar no assunto. O que muitas vezes fazemos é o bastante usual ignorar. E porque não, vivemos a ignorar até mesmo nossos problemas. É definitivo que novos problemas nascem todos os dias, faça chuva ou faça sol, e que a maioria deles somos nós quem criamos. E é certo que somos todos pequeninos e cheios de infinitas imperfeições, nos escondemos em lugares e relações, numa constante fuga. Mesmo que tenhamos crenças, amigos, e até mesmo auto confiança sempre falhamos em qualquer coisa. O que ainda pode confortar é que existem uns momentos lindos onde podemos dar o máximo de nós mesmos. Devíamos sempre ter em mente que é melhor ser alegre que ser triste, e lembrar de como são boas as pequenas coisas, e são elas que nos mantém salvos: tomar sorvete num dia muito quente, banho de chuva numa tarde de verão, correr à beira-mar, caminhadas em noite de luar e o cheiro de dama-da-noite, brincar em todos os brinquedos do parque de diversão, ler um livro que nos faça chorar ou rir, descansar numa rede depois de um almoço de qualidade e quantidade, brigadeiro, trufa de chocolate, pão de queijo, caramelos, tapioca, fruta tirada do pé, algodão doce, pipocas, cinema, beijo na boca, abraço apertado, rir e chorar de rir, filme a dois em dia frio, chocolate quente, receber e-mail de um amigo ou irmão que você ama, natal, cheirinho de bebê, viajar, finalmente comprar algo muito esperado, reencontrar alguém que não víamos há anos, amar, ser amado, e muito mais. Acho que isso é viver sem mapas e sem roteiros, com o coração apertado, mas com o sorriso nos lábios, pois a única certeza é a morte, não há o que temer, faça valer a vida!
Sara Almeida
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
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