Já é manhã o sol brilha com todo seu esplendor;
Tanto barulho, as pessoas entorpecidas a correrem;
Como assim a noite já se foi, a lua se escondeu?
Despertei calada para mais um dia tempestivo;
Café com leite, chá ou leite com cereais?
Pão com manteiga, com queijo ou bolachas?
Oras nem abri os olhos completamente e já tenho que tomar decisões;
Vou caminhando para os afazeres, sou uma felizarda por conseguir evitar os transportes;
Caminho por entre as árvores, embora o sol brilhe bem alto, o ar está húmido;
O verão já se foi, o Outono chega de mansinho, me sinto feliz!
Sinto um leve frescor nos braços, todo o verde está molhado do orvalho matinal;
Queria sentar e ficar por aqui a observar o recomeçar deste dia, mas não tenho tempo;
Nunca tenho tempo para as coisas boas e simples no momento que as percebo importantes;
Poucas pessoas caminham com prazer, a maioria carrancuda e entristecida;
Talvez todas as pessoas tem o desejo secreto de parar e observar;
Os carros passam deixando suas poluições sonoras e gasosas...será que quem está no carro está mais feliz?
Não sei dizer ao certo, creio que não nem sequer olham aqui para o caminho das árvores;
Ainda temos flores coloridas, já estão de partida...
As folhas começam a cair pelo chão, o amarelo envelhecido toma conta da paisagem;
Já estou bem próxima do cubículo onde passarei grande parte do meu dia, casota de passarinho é assim que falo.
A parte boa é que consigo ver através dos vidros a vida acontecer no verde que me rodeia;
O sol mudando as fases e o dia passando, eu falo com tanta gente numa mudez total...
Na agitação da minha função, quero ver o fim do dia e voltar para o caminho das árvores;
Traço todos os objetivos, faço o que preciso fazer e até o que não preciso, assim o dia passa menos arrastado...
Já é o fim e volto peralta e saltitante;
Agora as pessoas parecem mais felizes, os cafés cheios, os jardins com bancos ocupados, crianças em suas bicicletas, adolescentes malucos...
Casais no fim da vida a passear como se hoje fosse o melhor de tudo que já aconteceu.
E aí penso que hoje é mesmo o melhor de tudo que me aconteceu.
Já nem sinto a melancolia da manhã, nem me importo com os carros barulhentos, apenas observo o caminho lindo das árvores...
Já estou perto de casa, a noite esta a apontar sua face, já vejo a lua a querer brilhar, estrelas vão surgir...
Enfim retorno para o meu ninho, aqui posso ser tudo...posso ser eu...ouço a música a tocar para a cidade calar e meu dia acabar.
Amanhã tudo vai melhorar, tudo já melhorou...
Sara Almeida
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
Rebuscando...
Somos o que não mostramos.
A personalidade real é subterfúgio da alma, o que julgamos mais puro e terno em nós, retira-se prematuramente de modo subtil.
Sem que nos apercebemos o que há de mais vil nos penetra acerbado. Somos superficiais, representamos os papéis mais débeis, a espera de uma plateia sincera, apesar da nossa insídia diária a nós e aos outros.
Em meio ao caos das relações humanas, a crença e a esperança são ferramentas ilusórias.
Nos agarramos à cordas delicadas pela sua beleza, quando nos devemos agarrar a cordas firmes e fortes, pois de fraco já basta nós mesmos.
O que não mostro só existe para mim, o que mostro é menos do que tenho.
Somos todos hedonistas, queremos ter prazer na vida, mas muitos de nós não aceitamos o merecimento.
Se tudo na vida é merecimento, merecemos sair deste martírio diário de regras, e mergulharmos no objetivo principal.
Por todos os lados pessoas andam tal e qual parasitas aturdidos por pesticidas, como se não existisse outra saída.
Saídas estão por todos os lados, só é preciso respirar profundamente e lançar um olhar sincero a si próprio.
Tudo é muito claro, é só deixar a miopia costumeira e, fazermos como os recém-nascidos, abrir os olhos e chorar, mas principalmente aprender vagarosamente e com toda nossa inteligência.
Somos todos capazes, o primeiro passo é convencermos a nós próprios.
Evoluir é passar por transformações sucessivas.
Se acha que existe limite para evolução, quando chegamos ao limite encontramos o aperfeiçoamento!
Avante...
Sara Almeida
A personalidade real é subterfúgio da alma, o que julgamos mais puro e terno em nós, retira-se prematuramente de modo subtil.
Sem que nos apercebemos o que há de mais vil nos penetra acerbado. Somos superficiais, representamos os papéis mais débeis, a espera de uma plateia sincera, apesar da nossa insídia diária a nós e aos outros.
Em meio ao caos das relações humanas, a crença e a esperança são ferramentas ilusórias.
Nos agarramos à cordas delicadas pela sua beleza, quando nos devemos agarrar a cordas firmes e fortes, pois de fraco já basta nós mesmos.
O que não mostro só existe para mim, o que mostro é menos do que tenho.
Somos todos hedonistas, queremos ter prazer na vida, mas muitos de nós não aceitamos o merecimento.
Se tudo na vida é merecimento, merecemos sair deste martírio diário de regras, e mergulharmos no objetivo principal.
Por todos os lados pessoas andam tal e qual parasitas aturdidos por pesticidas, como se não existisse outra saída.
Saídas estão por todos os lados, só é preciso respirar profundamente e lançar um olhar sincero a si próprio.
Tudo é muito claro, é só deixar a miopia costumeira e, fazermos como os recém-nascidos, abrir os olhos e chorar, mas principalmente aprender vagarosamente e com toda nossa inteligência.
Somos todos capazes, o primeiro passo é convencermos a nós próprios.
Evoluir é passar por transformações sucessivas.
Se acha que existe limite para evolução, quando chegamos ao limite encontramos o aperfeiçoamento!
Avante...
Sara Almeida
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Valer a vida!
Para que servem os mapas se o destino é apenas um. Servem para fazer caminhos diferentes, ver paisagens novas, fantasiar sonhos...só para nos manter a salvo. Vamos todos para o mesmo lugar, para lugar nenhum. Seguimos largando no chão da estrada muito mais que gotas de suor ou fios de cabelo. Fingimos não saber o que será de nós afinal, quando sabemos bem quem somos. Nossos atos tornam-se a todo momento em acontecimentos. O personagem interpretado é bem longe do vem por baixo desse viajante suado e descabelado. Nos pequenos momentos que somos o que esta por baixo da redoma, é libertador mas perigoso demais para se tornar hábito. Fazemos tudo pela metade, tentando sempre ensinar aos outros como que tudo funciona por aqui, nem sequer percebemos ainda o que fazemos aqui. Não temos referência nenhuma, tudo muda a todo instante. Existe um projeto pré-determinado que na verdade ninguém respeita, mas todos alardeiam que deve ser seguido. Somos julgados e julgamos mesmo por coisas minúsculas, as palavras são usadas mais vezes como armas de ataque e defesa do que como cura e apoio. O silêncio, ah o silêncio é coisa de sábio, tem algum sábio aí? Sábios são como fadas e duendes, só existem enquanto não são solicitados. Existe dentro de cada um de nós uma mistura de sentimentos incontroláveis, a carga de ira é imensa e de fácil multiplicação, nunca sabemos onde está o botão de ligar, apenas dispara e quando percebemos tudo já explodiu. Temos grande trabalho para consertar toda a desarrumação que causamos aos outros, e na maioria das vezes não nos damos ao trabalho de nem sequer pensar no assunto. O que muitas vezes fazemos é o bastante usual ignorar. E porque não, vivemos a ignorar até mesmo nossos problemas. É definitivo que novos problemas nascem todos os dias, faça chuva ou faça sol, e que a maioria deles somos nós quem criamos. E é certo que somos todos pequeninos e cheios de infinitas imperfeições, nos escondemos em lugares e relações, numa constante fuga. Mesmo que tenhamos crenças, amigos, e até mesmo auto confiança sempre falhamos em qualquer coisa. O que ainda pode confortar é que existem uns momentos lindos onde podemos dar o máximo de nós mesmos. Devíamos sempre ter em mente que é melhor ser alegre que ser triste, e lembrar de como são boas as pequenas coisas, e são elas que nos mantém salvos: tomar sorvete num dia muito quente, banho de chuva numa tarde de verão, correr à beira-mar, caminhadas em noite de luar e o cheiro de dama-da-noite, brincar em todos os brinquedos do parque de diversão, ler um livro que nos faça chorar ou rir, descansar numa rede depois de um almoço de qualidade e quantidade, brigadeiro, trufa de chocolate, pão de queijo, caramelos, tapioca, fruta tirada do pé, algodão doce, pipocas, cinema, beijo na boca, abraço apertado, rir e chorar de rir, filme a dois em dia frio, chocolate quente, receber e-mail de um amigo ou irmão que você ama, natal, cheirinho de bebê, viajar, finalmente comprar algo muito esperado, reencontrar alguém que não víamos há anos, amar, ser amado, e muito mais. Acho que isso é viver sem mapas e sem roteiros, com o coração apertado, mas com o sorriso nos lábios, pois a única certeza é a morte, não há o que temer, faça valer a vida!
Sara Almeida
Sara Almeida
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