sexta-feira, 17 de julho de 2015

um filho

não há vento
depois de tantas tempestades
finalmente posso respirar
não há vento lá fora
nem cá dentro
ouço o silêncio
nesse silêncio ainda não me reconheço
apenas calo
e observo
ele tão pequenino
tão dependente de mim
tão meu
real e sonho
sento no barco
olho para ele
olho para o remo
ainda não tenho forças para remar
vou me dar este tempo
sem pressa
vou apenas olhar para ele no seu sono
na sua graça, na sua alegria
que também é minha
depois de tantos percalços
me calço de toda segurança que ele trouxe a mim
que eu tinha e nem sabia minha
seu nascimento é meu renascimento
grata pela sua vida em minha vida
te amo filho!

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